POR FERNANDO BRITO · 26/06/2017
Está “soviética” a situação de Michel Temer.
É provável que seja ainda hoje entregue a primeira das três denúncias que Rodrigo Janot apresentará ao Supremo Tribunal Federal .
Até as colunas do Planalto sabem que será devastadora e poucos descreem que haverá mais detalhes picantes além daqueles que o procurador já descreveu ao afirmar não haver “dúvida da autoria de Temer no crime de corrupção” e que o homem da mala, Rodrigo Rocha Loures, é quem para ele “operacionaliza o recebimento de vantagens indevidas em troca de favores com a coisa pública”.
Janot deve preferir o dia de hoje para entregar a denúncia, já que amanhã há a votação na procuradoria para a escolha da lista tríplice de candidatos a sucedê-lo.
Por isso, Temer se antecipou a falar, numa cerimônia no Palácio: porque não terá o que falar quando o documento for divulgado.
E falou porque precisa tentar injetar algum cimento na sua base parlamentar que se esfarela. As notas da imprensa com confissões de seus aliados admitem ter minguado de 400 para 240 votos contra a admissão da denúncia, o que implicaria seu afastamento.
Isso, antes mesmo do primeiro assalto da luta na votação da Câmara, onde o que Temer tem para apanhar é muito e, para bater, muito pouco.
Hoje à noite, ou amanhã, a maré de lama judicializada vai, afinal tragar definitivamente a própria figura presidencial.
Nenhuma piedade em relação a Temer, que só foi ao poder pela ação e pela omissão criminosas da Justiça.
Mas uma tristeza imensa em ver o meu país virar um lugar onde se trocou votos por sentenças e eleitores por promotores e juízes.
Tijolaço
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