POR FERNANDO BRITO · 27/06/2017
Não pode haver intérprete mais pura do pensamento tucano que Miriam Leitão.
Hoje, em manchete do site de O Globo ela chama atenção para o que, no primeiro momento, já foi apontado como o elemento mais escandaloso na denúncia de Rodrigo Janot contra Michel Temer: os diálogos sórdidos com Joesley Batista.
Mais importante que as considerações políticas que ela faz, porém, é o diagnóstico sobre a economia em que ela é, tanto ou mais que porta-voz tucana na política, interprete do mercado financeiro.
Ele [Temer] não tem os recursos políticos para manter a mínima coesão da base. A erosão fiscal torna ainda mais difícil a execução de qualquer tipo de pacote de bondade. Um dos seus pontos fortes é a equipe econômica, que só terá credibilidade se mantiver a austeridade e o compromisso com a meta fiscal. Como a meta está muito dependente de receitas extraordinárias — que exigem decisões administrativas e legislativas — há um grande risco de não cumprimento da meta.
A cronista da “retomada”, do “agora a coisa vai” virou a redatora do necrológio do ex-salvador do Brasil.
O “mercado” já havia precificado a inutilidade de Temer no médio prazo, com a incapacidade de fazer passar a reforma da previdência. Agora, parece ter se convencido de que, no curto prazo, Michel Temer o coloca à beira de um desastre.
Tijolaço
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