Embora Michel Temer tenha se mostrado disposto a abrir os cofres públicos e a fazer nomeações políticas nas estatais em troca de apoio para barrar a denúncia de corrupção contra ele na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), contas preliminares feitas por articuladores do governo mostram que o peemedebista ainda não tem os votos necessários para ter uma vitória na comissão; mapas de votação feitos por líderes governistas mostram que o governo tem assegurados apenas 30 votos a favor de Temer entre os 66 integrantes da comissão; há 21 indecisos que têm demonstrado insatisfação com o Planalto e ameaçam se posicionar contra seus interesses
4 DE JULHO DE 2017
247 - Michel Temer já mostrou que está disposto a embarcar no "toma-lá dá-cá" para conseguir barrar a denúncia contra ele na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara. Mesmo assim, aliados do governo fizeram as contas e constataram: o Planalto ainda não tem votos suficientes para ter uma vitória na comissão.
Mapas de votação feitos por líderes governistas mostram que o governo tem assegurados apenas 30 votos a favor de Temer entre os 66 integrantes da comissão. Há 21 indecisos que têm demonstrado insatisfação com o Planalto e ameaçam se posicionar contrariamente.
Temer precisa de 34 votos para garantir que a CCJ recomende o arquivamento da denúncia, que depois ainda precisará ser votada em plenário. A meta é ter pelo menos 40 votos, o que daria uma margem de segurança para obter um relatório favorável contra a denúncia.
Partindo de um placar já desfavorável, auxiliares de Temer acreditam que a prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que foi braço-direito de Temer no governo, pode dificultar o trabalho de convencimento dos deputados indecisos.
"A prisão logicamente traz mais uma instabilidade política, mais turbulência naquilo que a oposição deverá fazer durante toda a semana", disse o líder do governo no Congresso, André Moura (PSC-SE). "Não podemos permitir que fatores externos possam ser utilizados na tentativa de trazer um tumulto ainda maior."
O mapa de votos dos líderes governistas revela que há risco significativo de traição a Temer nos partidos da base aliada, que detêm cargos no governo.
Ao menos 5 dos 7 integrantes da CCJ indicados pelo PSDB, que comanda quatro ministérios, devem votar contra Temer.
As informações são de reportagem de Bruno Boghossian, Gustavo Uribe e Daniel Carvalho na Folha de S.Paulo.
Brasil 247
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