Jornalista Bernardo Mello Franco, colunista da Folha de S. Paulo, disse que o filme sobre a operação Lava Jato "fica devendo, e muito", para uma produção que se propõe a recriar a maior operação anticorrupção do país; "Com orçamento milionário e elenco de globais e ex-globais, o filme exagera no tom de exaltação da Operação Lava Jato. O resultado é uma trama maniqueísta, sem nuances, que, em vários momentos, se assemelha a uma peça de propaganda"; "Num momento em que a Lava Jato cerca o governo Temer e atinge políticos de todos os grandes partidos, a ênfase nas acusações ao PT passa a impressão de que o filme resolveu contar apenas uma parte da história", afirmou
29 DE AGOSTO DE 2017
247 - O jornalista Bernardo Mello Franco, colunista da Folha de S. Paulo, fez duras críticas ao filme "Polícia Federal - A Lei é Para Todos" , que tenta retratar a operação Lava Jato.
Segundo Mello Franco, o filme, que virou peça de propaganda contra o ex-presidente Lula e com financiadores ocultos, "fica devendo, e muito", para uma produção que se propõe a recriar a maior operação anticorrupção do país.
"Com orçamento milionário e elenco de globais e ex-globais, o filme exagera no tom de exaltação da Operação Lava Jato. O resultado é uma trama maniqueísta, sem nuances, que, em vários momentos, se assemelha a uma peça de propaganda", critica o colunista, que assistiu ao filme a convite da produção.
"O roteiro não tem vergonha de nada: retrata investigadores como heróis quase infalíveis e recorre à caricatura para barrar qualquer empatia com os investigados. A produção assume um partido desde o título: o partido da polícia. A ação é comandada por um trio de delegados determinados a prender políticos corruptos e passar o país a limpo", afirma o jornalista.
Mello Franco diz que os diálogos patinam em clichês como "a corrupção chegou aqui com as primeiras caravelas" e "o sistema é feito para não funcionar", e cita um trecho que que um delegado acorda no momento em que a presidente Dilma Rousseff anuncia, na TV, a nomeação de Lula para a Casa Civil. "Como o fato ocorreu às 16h de uma quarta-feira, fica a suspeita de que alguém dormiu demais: o personagem ou o roteirista", afirma.
"Num momento em que a Lava Jato cerca o governo Temer e atinge políticos de todos os grandes partidos, a ênfase nas acusações ao PT passa a impressão de que o filme resolveu contar apenas uma parte da história", critica o jornalista.
Brasil 247
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