SEG, 21/08/2017 - 09:44
Foto: Antonio More
Jornal GGN - A jornalista Mônica Bergamo revelou, em coluna na Folha desta segunda (21), que os procuradores de Curitiba já custaram R$ 2,2 milhões aos cofres públicos apenas em diárias concedidas nos últimos dois anos.
Esses valores são pagos aos membros do Ministério Público Federal que foram deslocados de suas respectivas cidades de origem para trabalhar na capital da Lava Jato. A verba da diária é extra-salário e, quando somada aos rendimentos, faz com que muitos procuradores ganhem mais do que o teto constitucional permite.
É o caso, segundo mostrou Reinaldo Azevedo na semana passada, de um dos "tenentes" da Lava Jato de Curitiba: o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima. Segundo o jornalista, juntando salário, auxílio-moradira, penduricalhos e as diárias [R$ 137 mil], Lima deve ter recebido em 2016 cerca de R$ 618 mil, que daria uma média salarial de R$ 51 mil - ou seja, R$ 17,8 mil acima do teto, que é de R$ 33,7 mil.
Segundo Bergamo, em 2015, Lima recebeu valores ainda maiores de diárias: R$ 286 mil.
A assessoria de imprensa dos procuradores justificou o volume como natural, já que os membros da Lava Jato se deslocam e viagem muito ao exterior para fazer diligências. Além disso, apontou que os recursos são pífios perto do que a Lava Jato já "recuperou". O MPF afirma que, em apenas 10 dias de trabalho, resgatou R$ 1 bilhão desviado da corrupção.
Leia abaixo a coluna de Mônica Bergamo:
O Ministério Público Federal gastou, de 2015 até julho deste ano, cerca de R$ 2,2 milhões só em diárias pagas a procuradores que atuaram na Operação Lava Jato no período. Os valores são desembolsados como verba extra para aqueles que se deslocam de suas cidades de origem para reforçar as equipes em Curitiba.
EM MISSÃO
De acordo com a assessoria da força tarefa, os procuradores lotados em Curitiba também fizeram viagens para outras cidades e países para realizar diligências e colher depoimentos, além de acompanhar buscas e apreensões. Para isso, também receberam diárias.
EXEMPLO
O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima recebeu, por exemplo, R$ 286 mil em diárias de 2015 até agora, além de seus salários regulares. Marcelo Miller, que era braço direito do procurador-geral Rodrigo Janot e deixou a carreira para trabalhar num escritório que prestava serviços para a JBS, recebeu R$ 78 mil em 2016.
CURVA
O valor total das diárias caiu de R$ 895 mil gastos em 2015 para R$ 784 mil em 2016. Neste ano já foram pagos R$ 619 mil.
A assessoria da força-tarefa afirma que, de uns tempos para cá, procuradores concordaram em receber menos da metade dos dias efetivamente trabalhados em razão de dificuldades orçamentárias.
NO LUCRO
A assessoria ainda afirma que a Lava Jato é "extremamente" superavitária. "O valor recuperado num período de dez dias, recentemente, chegou quase a R$ 1 bilhão", ressalta.
Jornal GGN
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