Ato contra a venda de três usinas da empresa reunirá nesta sexta-feira 18, na Usina de Miranda, em Indianápolis, no Triângulo Mineiro, o governador Fernando Pimentel (PT), políticos de vários partidos, lideranças da Fiemg (empresários) e CUT Minas (trabalhadores); "Os interesses diversos foram relegados a segundo plano em prol da luta para que a Cemig permaneça mineira", diz o deputado Rogério Correia (PT-MG), que criou e coordena a Frente Mineira em Defesa da Cemig
17 DE AGOSTO DE 2017
Minas 247 - As forças políticas de Minas Gerais terão trégua nesta sexta-feira 18 e terão discurso único em defesa da Cemig. Às 13h30, representantes da sociedade civil e parlamentares de vários partidos estarão em Indianápolis, no Triângulo Mineiro. Na Usina de Miranda, participarão de ato contra o leilão de três usinas da Cemig, pretendido pelo governo Temer para ainda este mês.
A ideia do ato surgiu há 20 dias, quando foi criada a Frente Mineira em Defesa da Cemig. "Convocamos representantes de vários segmentos da sociedade civil, pois a ideia era mostrar que a defesa da maior empresa de Minas está acima de qualquer interesse partidário ou de classe", diz o deputado estadual Rogério Correia (PT-MG), criador e coordenador da Frente.
De fato, compõem a Frente Mineira em Defesa da Cemig, entre outros, a Fiemg, que reúne os empresários do Estado, e a CUT Minas, representando os trabalhadores, além de políticos de vários partidos, acadêmicos, sindicatos.
O governador Fernando Pimentel também apoia a iniciativa e estará presente no ato na Usina de Miranda. Juntamente com o presidente da Cemig, Bernardo Salomão, Pimentel esteve em Brasília na semana passada, em reunião com o ministro do STF, Dias Toffoli. O encontro foi agendado pela Frente Mineira em Defesa da Cemig, e serviu para apresentar os principais argumentos do grupo contrário à venda das três usinas.
Juntas, a Usina de Miranda, Jaguara e São Simão, todas no Triângulo, respondem por quase metade da capacidade geradora da Cemig. Salomão, presidente da empresa, admite que perder um patrimônio desses comprometeria seriamente a Cemig.
A equipe econômica de Michel Temer estima arrecadar R$ 11 bilhões com as usinas. O valor, que seria usado para abater o rombo nas contas públicas federais, não cobre sequer metade do déficit em apenas um mês. "Ou seja, Minas Gerais perderia um patrimônio econômico, histórico, cultural e social, por algo que não pagaria nem um mês do rombo do governo Temer", diz o deputado Rogério Correia.
No próximo dia 22, está marcada a sessão na qual a Segunda Turma do STF julgará a procedência ou não de recurso da Cemig, propondo a suspensão do leilão, que o governo federal quer fazer até o fim de setembro. Votarão os ministros Edson Fachin, Celso de Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli.
"Além da questão financeira, é preciso destacar o aspecto do direito do consumidor, que é quem pagará o ônus da venda das usinas", lembra o advogado-geral do Estado de Minas, Onofre Alves Batista Júnior. "Pois está claro que o grupo que adquirir as usinas buscará o retorno do dinheiro investido, e esse retorno virá na conta de luz." Cálculos preliminares estimam que a operação de privatização da Cemig (como já vem sendo chamado o leilão por seus críticos) acarretaria em uma conta de luz para o consumidor até três vezes maior, ao longo dos próximos três anos.
Brasil 247
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