O ex-presidente Lula encontrou o ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica e o ex-presidente do Equador Rafael Correa na Fronteira da Paz, divisa entre os dois países, no primeiro dia de caravana pelo Sul do país. A ex-presidenta Dilma também esteve presente no evento.
Lula disse que, se as eleições ocorrerem normalmente, Mujica terá o “prazer” de rever o PT no governo. E alertou para o “ódio que está sendo pregado no mundo inteiro”: “Uma coisa que me assusta é que o ódio de classe que eles acusavam vir dos trabalhadores hoje vem de cima para baixo. Isso começou na campanha da Dilma. E o adversário da Dilma plantou vento e colheu tempestade porque hoje não pode sair às ruas de Belo Horizonte”.
Diante da possibilidade de ser preso, Lula elogiou a trajetória de Mujica, que passou 14 anos na prisão – 4 deles numa solitária: “É um homem que não desiste (…). Você é um exemplo de vida para mim. Pode ficar certo que muita coisa que eu faço, penso e falo é inspirado na sua honradez e força ideológica. Só posso dizer obrigado por ser um latino-americano e um homem de muita coragem”.
“Estou sendo processado, ameaçado de prisão. Passei ali na fronteira do Uruguai e poderia dar um pulo para lá, mas não dou. Mais dia, menos dia, quem vai sair do país são os meus acusadores de hoje porque eles inventaram uma mentira a meu respeito. A PF, o MPF e o juiz. […] Tem o dedo do governo americano em todo esse processo mentiroso que está acontecendo no Brasil, da Secretaria de Justiça dos EUA, isso está cada dia mais claro”, disse Lula.
Perguntado sobre a América do Sul desde a saída da presidência, Mujica falou que a região sofreu grandes mudanças quanto às preocupações sociais dos governos. “O problema é que não se pergunta como vai o povo. Tem que crescer economicamente, mas quem se preocupa com a distribuição? E sobretudo, se preocupar com que o povo viva feliz. Vejo sociedades divididas, perdendo o respeito e deixando de se amar apesar das diferenças. Quem vai pacificar o Brasil? Esse é o desafio que temos em toda América Latina. Não podemos avançar com ódio, com ódio se retrocede”.
Lula falou que durante o período em que ele e Mujica governaram foi criado “um jeito de fazer política que passou a incomodar os americanos, que não estavam habituados à autodeterminação dos povos da América do Sul”.
Rafael Correa saiu em defesa de Lula: “A injustiça que se comete contra um homem se comete contra a humanidade. A judicialização da política é estratégia do império e da nova direita. Temos que nos levantar como região. Se rompe o Estado de Direito”.
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