QUI, 12/04/2018 - 21:58
ATUALIZADO EM 13/04/2018 - 07:20
Foto: ABr
Jornal GGN - A força-tarefa da Operação Lava Jato decidiu rebater as afirmações do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que escancarou os bastidores das articulações dos procuradores com bancadas de advocacia para fechar acordos de delação premiada. Disse que Gilmar "desbordou o equilíbrio".
Em nota oficial divulgada nesta quinta (12), a Lava Jato disse estar "surpreendida" com a "intervenção do ministro Gilmar Mendes", acusando-o de agir "com absoluta falta de seriedade" ao apontar a relação do procurador da República, Diogo Castor de Mattos, com o seu irmão, o advogado Rodrigo Castor, que atuou na delação de João Santana.
"A fala do ministro Gilmar Mendes desbordou o equilíbrio e responsabilidade exigidos pelo seu cargo, fazendo não só acusações genéricas e sem provas contra a atuação do Ministério Público Federal, mas especialmente imputações falsas contra o procurador da República Diogo Castor de Mattos com base em notícias antigas e em suposto 'ouvir dizer' de desconhecidos advogados, mentiras já devidamente rechaçadas", publicou.
A nota fez referência a outro comunicado da força-tarefa, datado de maio do último ano, em que os procuradores negavam a atuação de Diogo Mattos: segundo a força-tarefa do Paraná, o procurador não atuava em nenhum caso envolvendo Santana o que, por isso, justificou, não havia jogo de interesses.
"O procurador atua na operação Lava Jato desde abril de 2014, enquanto o escritório ingressou na representação do réu em abril de 2017. Por fim, acrescenta-se que Rodrigo Castor de Mattos, embora permaneça como sócio do escritório citado, deixou a defesa de Santana em maio do ano passado", acrescentava, na nota.
Agora, a força-tarefa critica Gilmar, que recuperou a relação de família entre o advogado e o procurador em caso de investigação da Lava Jato, atuação que, segundo o MPF, não foi por escolha do procurador Diogo Matos. Ao negar a relação, a Lava Jato decidiu acusar o ministro, com a relação dele no caso envolvendo o empresário Jacob Barata Filho:
"O procurador da República Diogo Castor de Mattos na força-tarefa Lava Jato não atuou na investigação de João Santana por decisão própria, indo além das exigências éticas e legais da magistratura, comportamento esse que o próprio ministro Gilmar Mendes não observou quanto ao seu impedimento em medidas judiciais relativas ao investigado Jacob Barata Filho", disse.
"A força-tarefa Lava Jato do MPF no Paraná presta estes esclarecimentos à população para não ficar indefesa diante do reiterado sentimento negativo do ministro Gilmar Mendes com o sucesso da Operação Lava Jato em desbaratar organizações criminosas que atuavam no poder público federal e com as mudanças positivas que o combate à corrupção trazem para a Justiça brasileira, bem como para mostrar sua indignação com o destemperado uso de falsas notícias e supostas intrigas de advogados desconhecidos em relação ao procurador da República Diogo Castor de Mattos", concluiu, na nota.
Jornal GGN
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