Milhares de manifestantes se reuniram nesta quarta-feira (11) em São Paulo para pedir a liberdade do ex-presidente Lula, que está preso há quatro dias na PF em Curitiba; na capital paulista, o ato começou na Praça da Sé, região central, com passeata até a Praça da República, onde diversos artistas se apresentaram; outras cidades brasileiras registraram atos, como Fortaleza, Recife e Belo Horizonte; manifestações pela liberdade do ex-presidente também aconteceram em vários lugares do mundo: Lisboa, Londres, Bogotá, Estocolmo, Barcelona e na frente do Parlamento Europeu
11 DE ABRIL DE 2018
Rede Brasil Atual - Milhares de manifestantes se reuniram hoje em São Paulo para pedir a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se encontra em seu quarto dia preso em Curitiba, na sede da Superintendência da Polícia Federal do Paraná. Na capital paulista, o ato começou por volta das 16h na Praça da Sé, região central, com passeata até a Praça da República, onde diversos artistas se apresentaram. Outras cidades brasileiras e do exterior também registraram atos, entre as quais Fortaleza, Recife, Belo Horizonte, Lisboa, Londres, Bogotá, Estocolmo e Barcelona.
Os artistas que passaram pelo palco do ato pela liberdade do ex-presidente foram Fióti, Aíla, Ava Rocha, Alessandra Leão, As Bahias e a Cozinha Mineira, Bia Ferreira, Bixiga 70, Charanga do França, Chico César, DJ David Carneiro, Dada Yute, Drik Barbosa, Eduardo Brechó, Fernando Anitelli, Francisco El Hombre, Felipe Cordeiro, Guizado, Jonnata Doll, Junio Barreto, Lucas Santtanna, Luana Hansen, Luísa Maita, Lurdes da Luz, Mulamba, Nã, Rico Dalasam, Rodrigo, do Dead Fish, Samuca e a Selva e Salloma e Soledad.
Antes de sair da Sé, os manifestantes entoaram cantos de ordem e ouviram lideranças de movimentos sociais. O presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, apresentou propostas para a continuidade e o amadurecimento do movimento. "Temos um calendário de ações. Convido todos os membros da Frente Brasil Popular para uma plenária sexta-feira (13) na Apeoesp (o sindicato dos professores da rede pública estadual), para organizar um ato no dia 17, às 18h. Precisamos organizar nossa tropa para fazer um ato em uma determinada empresa de comunicação que patrocinou o golpe", disse, seguido de gritos de "Fora Globo".
"Estamos em uma situação de golpe. Depuseram uma presidenta legitimamente eleita, atentaram contra os trabalhadores com a reforma trabalhista, a tentativa de reforma da Previdência, a terceirização da atividade fim e com a entrega do Brasil para as multinacionais", disse.
Além da plenária na Apeoesp, Douglas propôs uma ocupação massiva em Curitiba. "A segunda tarefa é nos organizar para ocuparmos Curitiba em solidariedade ao presidente Lula. Ao longo de abril, vamos fazer as brigadas e percorrer todo o estado de São Paulo, a periferia, dialogar com a juventude, com os trabalhadores, sobre os efeitos do golpe na vida do povo de São Paulo", apontou. "A CUT nunca teve dúvida do seu lado. É do lado dos trabalhadores, de quem defende a democracia. E nós estaremos junto com as duas frentes na rua, na luta por Lula livre", finalizou.
A vereadora paulistana Juliana Cardoso (PT) esteve à frente da marcha que rumou até a Praça da República. "Lula é inocente, temos que falar para todos, é um prisioneiro político. Está preso porque fez projetos sociais importantes para a sociedade. Com ele, o povo brasileiro teve orgulho de ser brasileiro. Com o PT as pessoas tiveram acesso à faculdade. O filho da empregada entrou em universidade pública", disse. "Neste momento, a PF começou a arregar. Querem colocar o Lula em outro lugar porque o povo está lá acampado. Mas estaremos com ele em qualquer lugar. Vamos falar para o mundo que ele é preso político e que não vão prender nossos sonhos. Todos nós somos Lula."
Outro parlamentar petista da cidade, o vereador Alfredinho, também criticou a Rede Globo. "A Globo fez cinco entrevistas sobre esse tema. Delas, quatro eram favoráveis à prisão de Lula. Eles falam que são imparciais, mas a imprensa que temos nesse país está fazendo a cabeça de alguns. Sinto nas ruas que o jogo está dividido. Agora, não podemos confiar nos tribunais nem na burguesia. O Lula pode ficar preso mais alguns dias e só vamos tirar ele de lá com mobilização, com a força do povo nas ruas."
A professora e militante Bárbara Corales fez questão de participar de todo o ato. "A mudança só vai acontecer se ele estiver livre. Por isso temos que fazer milhares de comitês Lula livre nas escolas, nos bairros e sindicatos."
Já a piauiense Terezinha Felix, que carregava uma faixa com as palavras "Lula Livre", falou da importância do ex-presidente na sua região. "O Nordeste era esquecido, não tínhamos nada, nada para comer. Lula tirou o povo da miséria, por isso fazem isso. Eu e meu povo do Piauí estaremos com ele, que tanto fez por nós."
Brasil 247
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