terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Duas boas entrevistas de ministros tucanos
Numa demonstração da minha mais absoluta imparcialidade, praticamente começo o blog hoje (publiquei outra nota antes, sobre uma "pegadinha" da Folha) com uma recomendação a vocês para que leiam entrevistas de dois ex-ministros do ex-presidente FHC, Pérsio Arida, presidente do Banco Central (BC) e do BNDES em parte daquele governo, e o cientista político Paulo Sérgio Pinheiro, ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República em parte do tucanato.
A entrevista do Arida - hoje ele é banqueiro, sócio do BTG Pactual - está publicada em O Globo do domingo, sob o título "Instabilidade é o segredo contra dólar barato". Nela ele reconhece que o Brasil nunca viveu uma conjuntura tão favorável, que a valorização do real em relação ao dólar é um sintoma de desenvolvimento do país e adverte que "a desnacionalização da indústria é o efeito vil da apreciação do câmbio".
A do Paulo Sérgio Pinheiro - fundador e ativo militante na USP do Núcleo de Estudos contra a Violência - está na Coluna Sônia Racy, Caderno 2, do Estadão de hoje, sob o título "Ninguém tem que chiar". Um dos idealizadores e batalhadores pela criação da Comissão da Verdade, Paulo Sérgio diz que a vem o órgão, seus objetivos e que não há porque, e nem possibilidade de sua criação gerar uma crise militar no Brasil.
A Comissão da Verdade deve ser instituída não para julgar ninguém, porque nenhuma Comissão da Verdade faz isso, mas sim para reconstituir o passado, resgatar, explica o sociólogo, para quem essa história invocada pelos que são contra a instituição, de que ela representaria vingança e revanchismo, é coisa de saudosistas da ditadura.
Não concordo com todos os pontos de vista expostos por eles, evidentemente, mas isso não me impede de julgar inteligentes e muito boas as entrevistas deles e de recomendá-las a vocês. Não deixem de ler "Instabilidade é o segredo contra dólar barato", do Arida, em O Globo de ontem, e "Ninguém tem que chiar ", do Paulo Sérgio, no Estadão de hoje.
Blog do Zé Dirceu
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