quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Mídia incita iniciativa e mobilização popular - Por José Dirceu
Com um papel realmente imprescindível e insubstituível no debate e na mobilização da cidadania para engajamento pró-reforma política, os jornais felizmente começam a cumpri-lo. À sua maneira, mantendo suas posições, as vezes até reacionárias, quanto a questão, mas discutem as mudanças, incitam a iniciativa popular e são unânimes num ponto: a reforma é inadiável.
O Estadão já fez inúmeros editoriais. Ainda ontem publicou o principal do dia com o título "O Disparate do Distritão" dizendo que este é o tipo de sistema que só interessa aos oligarcas do PMDB. De maneira geral, os grandes jornais posicionam-se contra o fim da reeleição. Consideram sua vigência recente (a partir de 1998), que ela precisa ser testada e, nas vezes em que o foi até agora, mostrou-se eficiente. Estão todos, também, contra o distritão e a coligação proporcional.
A Folha faz editorial hoje em apoio ao voto distrital misto - título "Voto distrital" (para assinantes) - externando, ao final, posições com as quais nós, do PT, concordamos. Vejam o que diz o jornal: "Esta Folha defende a adoção do voto distrital misto. Nesse sistema, cada eleitor faz duas escolhas: a de uma lista partidária e a do nome de um candidato individual, nos distritos específicos."
Distrital misto possibilita maior fiscalização do eleitor sobre eleitos
"Com o segundo voto - destaca o editorial - cria-se um mecanismo fiscalizador mais eficiente sobre a atuação do legislador - seus eleitores no distrito e os adversários que anseiam por substituí-lo. A reforma política parece ser uma das prioridades do novo governo no Congresso. É a oportunidade para discutir o aperfeiçoamento das regras para eleições legislativas no país. Não há razão para excluir o modelo distrital misto dos debates."
O jornal O Globo, também, reiteradas vezes já tomou posição sobre a reforma política. Quer o fim das coligações proporcionais, a vigência da cláusula de barreira, a manutenção da fidelidade partidária e o fim do suplente de senador - isto todo mundo quer.
Mas, O Globo critica e não aceita nenhuma das propostas relativas ao distritão e voto em lista e é contra o financiamento público de campanhas eleitorais - estas duas últimas, propostas já aprovadas na 1ª reforma política que o Senado encaminhou à Câmara.
Como se vê pelas posições assumidas por três dentre os grandes jornais do país, a conclusão que se confirma é que o PT está certo na defesa do voto distrital misto ao lado do voto em lista. Estas, na reforma política, realmente devem ser consideradas como as principais propostas por nós petistas.
Blog do Zé Dirceu
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