A decisão da sua manutenção por parte da presidente, Dilma Rousseff, ocorre após a recusa do senador Blairo Maggi (PR-MT) para assumir o posto. Ele havia sido convidado após Nascimento ter pedido demissão em meio a denúncias da existência de um suposto esquema de superfaturamento de obras e de recebimento de propina por meio de empreiteiras. Maggi, no entanto, apresentou motivos pessoais e empresariais para recusar. Empresas de navegação do político, um dos maiores produtores de soja do País e detentor de um patrimônio declarado à Justiça Eleitoral no valor de R$ 152,47 milhões, têm contratos com o Fundo da Marinha Mercante e dependem de normas da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
A queda do ministro dos TransportesUma reportagem da revista Veja do início de julho afirmou que integrantes do Partido da República teriam montado um esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina por meio de empreiteiras dentro do Ministério dos Transportes. O negócio renderia à sigla até 5% do valor dos contratos firmados pelo ministério sob a gestão da Valec (estatal do setor ferroviário) e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
O esquema seria comandado pelo secretário-geral do PR, Valdemar Costa Neto. Mesmo sem cargo na estrutura federal, ele lideraria reuniões com empreiteiros e consultorias que participavam de licitações do governo no ramo. Pelo menos dois assessores diretos do então ministro, Alfredo Nascimento (PR), foram afastados dos cargos. Também deixaram suas funções o diretor-geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot, e o diretor-presidente da Valec, José Francisco das Neves.
O PR emitiu nota negando a participação no suposto esquema e prometendo ingressar com uma medida judicial contra a revista. Nascimento, que também negou as denúncias de conivência com as irregularidades, abriu uma sindicância interna no ministério e pediu que a Controladoria-Geral da República (CGU) fizesse uma auditoria nos contratos em questão. Assim, a CGU iniciou "um trabalho de análise aprofundada e específica em todas as licitações, contratos e execução de obras que deram origem às denúncias".
Apesar do apoio inicial da presidente Dilma Rousseff, que lhe garantiu o cargo desde que ele desse explicações, a pressão sobre Nascimento aumentou após novas denúncias: o Ministério Público investigava o crescimento patrimonial de 86.500% em seis anos do filho do ministro, Gustavo. Diante de mais acusações e da ameaça de instalação de uma CPI, o ministro não resistiu e encaminhou, no dia 6 de julho, seu pedido de demissão à presidente.
Jornal do Brasil
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