Meire Poza, que administrava a contabilidade do doleiro Alberto Yousseff, alvo principal da Operação Lava-Jato, revela, em entrevista à revista Veja, que ele fazia a ponte entre grandes empreiteiras e políticos, atuando no financiamento de campanhas políticas; "eram malas e malas de dinheiro", diz ela, que decidiu colaborar com a Polícia Federal
9 de Agosto de 2014 às 06:53
247 - A reportagem de capa da revista Veja deste fim de semana pode colocar mais lenha na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal. O foco é uma entrevista com a contadora Meire Poza, que trabalhava para o doleiro Alberto Yousseff, preso na ação dos policiais.
Em seu depoimento ao jornalista Robson Bonin, Meire revela que Yousseff, conhecido como Beto, fazia a ponte entre as empreiteiras e seus amigos ou aliados na política. Entre os grupos empresariais, ela cita Camargo Corrêa, OAS e Mendes Júnior. Entre os políticos, os nomes que despontam são os do deputado André Vargas (sem partido-PR), Luiz Argôlo (PPP-BA) e Cândido Vaccarezza (PT-SP).
"O Beto era um banco de dinheiro ruim", diz ela. "As empreiteiras acertavam com os políticos e ele entrava para fazer o trabalho sujo, levando e trazendo dinheiro, sacando e depositando". Meire Poza também diz já tê-lo visto transportando "malas e malas de dinheiro".
No entanto, a reportagem não cita quem seriam os beneficiários. Sobre André Vargas, ela menciona apenas o voo de Londrina à Paraíba, num jato de Yousseff, que pode custar o mandato do parlamentar. Sobre Vaccarezza, diz que ele tentou realizar negócios com fundos de pensão e empresas do doleiro. O parlamentar mais próximo a Yousseff seria mesmo Argôlo, sócio do doleiro na área da construção civil.
Brasil 247
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