Alvo central da crítica à política econômica, agora todas as projeções convergem para uma taxa de inflação controlada, dentro da meta de 6,5% para 2014; divulgado nesta sexta-feira 8, Índice de Preços ao Consumidor Amplo mostrou variação de 0,01%; repita-se: 0,01%, em julho; mercado considera risco de disparada dos preços previsão ultrapassada pelos fatos; atividade econômica, é certo, esfriou, mas criação de empregos prossegue positiva; para domar o dragão que vários formadores de opinião tentaram instigar, não foi preciso fabricar o desemprego defendido por economistas como Ilan Goldfjan, do banco Itaú, e Alexandre Schwartsman, do jornal Folha de S. Paulo; muito menos dar atenção a pitacos de consultores como Felipe Miranda, da consultoria Empiricus; a turma que acertou está do lado esquerdo da foto
8 de Agosto de 2014 às 18:34
247 - Alvo central da totalidade dos críticos da política econômica – do ex-ministro que deixou o cargo com mais de 80% de carestia ao ex-presidente do BC que jogou no mercado cerca de US$ 50 bilhões em reservas para segurar o câmbio, passando por jornalistas não especializados, donos de fortes currículos acadêmicos e até consultores de bases empíricas – a inflação está entrando na categoria de assunto do passado.
Divulgado nesta sexta-feira 8, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostrou variação de 0,01% sobre junho, quando também havia subido abaixo das expectativas, em 0,40%. O indicador confirmou o que todas as projeções do mercado já indicavam: ao contrário das previsões em cascata sobre descontrole e disparada, feitas nos últimos meses, a taxa inflacionário fechará o ano dentro da meta de 6,5%, mais para o centro do que para a banda de cima. A explicação a baixa taxa de julho está na queda dos preços dos alimentos e das passagens aéreas.
Nas apresentações dos executivos do BC ao mercado, a expressão "inflação resistente" já foi abolida dos slides. Isso significa que a autoridade monetária está segura do prosseguimento da estabilidade nos preços. O mercado já está convencido, por outro lado, de que não haverá mais aumentos de juros até o final do ano.
Essa realidade esvazia as conclusões e prejudica os argumentos de inúmeros comentaristas da cena econômica, que apostavam em nada menos que no descontrole e o caos.
Pelo Itaú Unibanco, que acaba de reportar lucro de R$ 4,2 bilhões no 2º trimestre e redução da inadimplência ns contratos de crédito, o economista-chefe Ilan Goldfjan chegou a pedir e insistir, mais de uma vez, na adoção de um plano de desemprego como única forma de domar dragão. Formou ao lado dele nessa espécie de cruzada cívica ao contrário, o também ex-diretor do BC Alexandre Schwartsman. Ex-economista chefe dos bancos ABN-Amro e Santander, ele atualmente ocupa o cargo de colunista do jornal Folha de S. Paulo.
A atividade da economia, é certo, esfriou nos últimos meses, com redução na criação de novas vagas de trabalho, mas ainda com saldo positivo. E não foi preciso chegar aos níveis da recessão para controlar a inflação. Com o instrumento, basicamente, de elevações na taxa Selic, o BC está provando que vai sendo possível manter a taxa na meta sem provocar a crise social resultante de um reivindicado desemprego. Agora, segundo indicam alguns dos principais executivos da autoridade econômica, poderá ocorrer, paulatinamente, uma apreciação do câmbio – outra reivindicação dos críticos –, com o objetivo de dinamizar o setor exportador. Isso sem deixar com que, nas contas do governo, a inflação volte a ser um problema de graves proporções.
As previsões oficiais são de crescimento do PIB de pouco mais de 1% este ano. Este parece ser o preço a pagar pelo controle da taxa, o que foi, repita-se, solicitado com ênfase pelos comentaristas da cena pelo campo da oposição. O bom resultado está sendo confirmado a cada dia. Há, é claro, quem não enxergue nisso nenhuma vitória. Em informe a investidores, o fundador da consultoria Empiricus – que deixou o anonimato ao ser proibida, na semana passada, de divulgar análises consideradas partidarizadas pelo Banco Central -, Felipe Miranda, saiu-se com a tese da "inflação escondida", que aumentaria em até 2% os índices apurados por fontes confiáveis.
Miranda é mais um que ficou falando sozinho, atropelado pela realidade. Como mostra a montagem de imagens da manchete de 247, quem está acertando, de fato, quanto a inflação, é a trinca formada pela presidente Dilma Rousseff, o ministro Guido Mantega e o presidente do Banco Central, Alexadre Tombini. No lado esquerdo.
Abaixo, notícia da Agência Brasil a respeito:
Inflação em julho recua e acumulado fica no teto da meta de 6,5%
Vinícius Lisboa – Repórter da Agência Brasil Edição: Denise Griesinger
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o mês de julho em 0,01%, divulgou hoje (8) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Com o resultado, a taxa acumulada em doze meses ficou em 6,5%, que é o teto da meta do governo.
O indicador, que mede a inflação oficial, havia encerrado o mês anterior acumulando valor superior à meta, aos 6,52%, com uma alta de 0,4% em junho. Em julho do ano passado, o IPCA havia sido de 0,03%.
As contribuições que se destacaram no mês de julho foram dos grupos transportes e despesas pessoais que puxaram a taxa para baixo. Em 2014, a inflação acumulada em sete meses está em 3,76%, acima dos 3,18% do mesmo período de 2013.
Abaixo, notícia do site Diário do Poder sobre manifestação do ex-presidente do BC Armínio Fraga:
ARMÍNIO FRAGA CRITICA ‘ARTIFÍCIOS’ USADOS PARA CONTER INFLAÇÃO
EX-PRESIDENTE DO BC DISSE QUE INTERVENÇÕES NO CÂMBIO SÃO POPULISTAS
Rio - O ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, que esteve aconselhando o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, criticou o uso dos preços da gasolina e da eletricidade, por parte do governo, para controlar a inflação. Em entrevista à agência de notícias Dow Jones na semana passada, o economista chamou as ações do governo de “artifícios” e afirmou que essas manobras já estão se mostrando ineficientes.
“Eu não me colocaria à disposição se não estivesse profundamente incomodado, e eu estou”, disse Fraga sobre sua decisão de apoiar o tucano Aécio Neves nas eleições deste ano. Segundo reportagem da Dow Jones, o economista fala até em voltar ao governo, talvez se tornar ministro da Fazenda, se seu candidato ganhar a disputa em outubro.
Embora a presidente Dilma Rousseff ainda esteja à frente nos levantamentos de intenção de voto, Aécio se aproxima cada vez mais da possibilidade de um segundo turno. De acordo com a última pesquisa Ibope, divulgada nesta quinta-feira, se as eleições fossem hoje, Dilma ganharia com 38% dos votos, ante 23% de Aécio.
Fraga também criticou as intervenções do Banco Central no mercado de câmbio para controlar a alta do dólar, uma medida que chamou de “manobra populista”. O ex-presidente do BC acredita que o Brasil precisa voltar ao modelo do tripé econômico, com restrição dos gastos públicos, metas de inflação e taxas de câmbio variáveis.
Segundo Fraga, o País precisa focar nos fundamentos de longo prazo, como o aumento dos investimentos privados e o controle fiscal. “Nós precisamos nos livrar desses artifícios, que têm muitos efeitos colaterais, e focar no controle da inflação”, disse à Dow Jones.
Ele acredita que muitos brasileiros sentem que o País está no caminho errado e que o pessimismo atual sobre a economia é bem fundamentado. “Nossa história prova que inflação alta e balança de pagamentos fraca nunca foram boas para o crescimento, muito pelo contrário”, ele afirma.
Para o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, que participou das campanhas tanto de Dilma quanto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Sila, as ideias de Armínio fraga já foram colocadas em prática e não trouxeram crescimento robusto para o Brasil. “Eles falam sobre o tripé econômico como se fosse a santíssima trindade, mas o fato é que durante os oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso o País cresceu muito pouco, numa média de 2,3%”, criticou Belluzo.
Diário 247
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