13 de setembro de 2014 | 11:31 Autor: Fernando Brito
A melhor notícia que a campanha de Dilma Rousseff poderia receber hoje é a capa da revista Veja.
A Veja, como se sabe, é uma revista muito bem informada, até porque para manipular a informação é necessário tê-la.
Como dizia a minha avó, ali não prega prego sem estopa.
Tudo o que eu, você e o distinto público em geral sabe sobre pesquisa não é nada perto do arsenal de números de que dispõe a Veja.
Por isso é que a revista, como a gente fazia na oficina dos jornais de antigamente – hoje os computadores acabaram com essa graça – deve ser lida “de cabeça para baixo”.
No caso das gráficas, era um truque para não desviar, com a leitura, a visão que deveria perceber erros no registro das cores de impressão.
No caso da Veja, exatamente o contrário: não deixar que as cores e a riqueza gráfica nos afaste da leitura do conteúdo.
Onde se lê “resiste”, o que está escrito é “não está resistindo”.
Porque Marina foi é um pacote muito bem embrulhado para presente que, entretanto, vai decepcionando à medida em que a campanha eleitoral o vai abrindo.
Na classe média, este processo começou quando, de dentro dele, saltou um vociferante Silas Malafaia.
E no povão, quando ela abandonou a relativa prudência com que Eduardo Campos atacava o Governo (embora flertasse com muito menos pudores com a direita) e passou (ou aceitou) o combate com Dilma e, por tabela, Lula.
Entrou em choque com seus próprios eleitores na classe C – onde ainda perdeu menos, mas onde agora evolui mais fortemente sua perda – que não tem deles uma visão demonizada, como na classe média alta com a qual Marina passou a conviver e flertar.
Apostou no “antipetismo”, o que restringe seu campo, como o udenismo restringiu-se ao se tornar o “antivarguismo”.
A capa de Veja é só parte do processo de mutualismo defensivo que a direita e um vago “marinismo” vivem neste momento.
É, porém, inócua, exceto no que pode confundir a candidatura petista – e como o petismo é confuso nisso! – e fazê-la recuar de um enfrentamento agudo como é necessário.
Deve servir, ao contrário, para um esforço para explorar os erros cometidos pela oposição, sobre os quais o petismo tem quase responsabilidade alguma, até porque, há tempos – e o pífio desempenho das candidaturas do PT nos principais estados, exceto Minas, prova isso – não tem mais trator algum.
O que o PT tem é, sim, um difuso mas poderoso sentimento de país que foi abandonando a órbita colonial onde suas elites sempre o mantiveram.
O xeque a Marina veio dos erros de seus próprios movimentos: o furioso ultimato antigay malafáico, que evidenciou o fundamentalismo religioso e a indecorosa e explícita conversão ao liberalismo econômico que lhe deram a face de um “PSDB 2.0″, rematado com o esdrúxulo abandono do pré-sal, do qual ela agora tenta se livrar tardiamente.
A estes erros, somaram-se os que a direita cometeu, ao escolher de início um candidato pífio como Aécio Neves e abandoná-lo assim que surgiu sua “esperança verde”.
A capa de Veja é uma ilustração deste medo (a caminho do pânico) que tomou conta da direita, como ontem já se assinalava aqui.
É o mais inequívoco sinal de que o “perigo”, agora, passou a ser sua vitória no primeiro turno.
A melhor notícia que a campanha de Dilma Rousseff poderia receber hoje é a capa da revista Veja.
A Veja, como se sabe, é uma revista muito bem informada, até porque para manipular a informação é necessário tê-la.
Como dizia a minha avó, ali não prega prego sem estopa.
Tudo o que eu, você e o distinto público em geral sabe sobre pesquisa não é nada perto do arsenal de números de que dispõe a Veja.
Por isso é que a revista, como a gente fazia na oficina dos jornais de antigamente – hoje os computadores acabaram com essa graça – deve ser lida “de cabeça para baixo”.
No caso das gráficas, era um truque para não desviar, com a leitura, a visão que deveria perceber erros no registro das cores de impressão.
No caso da Veja, exatamente o contrário: não deixar que as cores e a riqueza gráfica nos afaste da leitura do conteúdo.
Onde se lê “resiste”, o que está escrito é “não está resistindo”.
Porque Marina foi é um pacote muito bem embrulhado para presente que, entretanto, vai decepcionando à medida em que a campanha eleitoral o vai abrindo.
Na classe média, este processo começou quando, de dentro dele, saltou um vociferante Silas Malafaia.
E no povão, quando ela abandonou a relativa prudência com que Eduardo Campos atacava o Governo (embora flertasse com muito menos pudores com a direita) e passou (ou aceitou) o combate com Dilma e, por tabela, Lula.
Entrou em choque com seus próprios eleitores na classe C – onde ainda perdeu menos, mas onde agora evolui mais fortemente sua perda – que não tem deles uma visão demonizada, como na classe média alta com a qual Marina passou a conviver e flertar.
Apostou no “antipetismo”, o que restringe seu campo, como o udenismo restringiu-se ao se tornar o “antivarguismo”.
A capa de Veja é só parte do processo de mutualismo defensivo que a direita e um vago “marinismo” vivem neste momento.
É, porém, inócua, exceto no que pode confundir a candidatura petista – e como o petismo é confuso nisso! – e fazê-la recuar de um enfrentamento agudo como é necessário.
Deve servir, ao contrário, para um esforço para explorar os erros cometidos pela oposição, sobre os quais o petismo tem quase responsabilidade alguma, até porque, há tempos – e o pífio desempenho das candidaturas do PT nos principais estados, exceto Minas, prova isso – não tem mais trator algum.
O que o PT tem é, sim, um difuso mas poderoso sentimento de país que foi abandonando a órbita colonial onde suas elites sempre o mantiveram.
O xeque a Marina veio dos erros de seus próprios movimentos: o furioso ultimato antigay malafáico, que evidenciou o fundamentalismo religioso e a indecorosa e explícita conversão ao liberalismo econômico que lhe deram a face de um “PSDB 2.0″, rematado com o esdrúxulo abandono do pré-sal, do qual ela agora tenta se livrar tardiamente.
A estes erros, somaram-se os que a direita cometeu, ao escolher de início um candidato pífio como Aécio Neves e abandoná-lo assim que surgiu sua “esperança verde”.
A capa de Veja é uma ilustração deste medo (a caminho do pânico) que tomou conta da direita, como ontem já se assinalava aqui.
É o mais inequívoco sinal de que o “perigo”, agora, passou a ser sua vitória no primeiro turno.
Tijolaço
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