Estratégia de vitimização de Marina Silva entra numa nova fase; agora, o colunista Ricardo Noblat, do Globo, distorce o significado da crítica política feita pela presidente Dilma Rousseff à candidata Marina Silva e compara a situação de hoje à de 1989, quando o então candidato Fernando Collor dizia que Lula poderia congelar a caderneta de poupança; em entrevista realizada ontem no Palácio do Planalto, a presidente Dilma, acusada de ser o anticristo por simpatizantes de Marina, lembrou que a Presidência da República não é lugar para "coitadinhos"; aliás, Noblat, foi o Globo quem disse que Marina pretende "tirar a prioridade do pré-sal"
15 de Setembro de 2014 às 06:32
247 - Desconstruída por suas próprias contradições, a ponto de ser classificada pelo colunista Ricardo Melo como uma "errata de si mesma" (leia aqui), a ex-senadora Marina Silva, candidata do PSB à presidência da República, ainda utiliza, como último recurso, uma estratégia de vitimização, contando com alianças nos grupos de comunicação conservadores.
Nesta segunda, o colunista Ricardo Noblat, do Globo, dá mais um passo nessa direção na coluna "Dilma faz com Marina o que Collor fez com Lula em 1989". Naquela eleição, como se sabe, Collor acusava Lula de ter a intenção se congelar a caderneta de poupança – o que ele próprio acabou fazendo depois de eleito.
O que isso tem a ver com a crítica política feita pela presidente Dilma a Marina Silva? Absolutamente nada, mas Noblat afirma que o PT mente e espalha terror ao dizer que Marina seria "favorável à liquidação do Banco do Brasil, da Caixa Econômica e do BNDES".
Na verdade, é Noblat quem distorce a crítica feita, pelo PT, ao programa de governo coordenado por Neca Setubal, herderia do Itaú, que prega, sim, a redução do papel dos bancos públicos na economia. Aliás, sobre Neca, Noblat insiste na tese de que ela não é banqueira pelo simples fato de jamais ter trabalhado no banco – pouco importa se é dona e se, como porta-voz de Marina, defende a agenda política da instituição financeira da qual é acionista (leia mais aqui).
Noblat também distorce outra crítica de Dilma a Marina, ao dizer que, em 2010, ela "defendeu a autonomia do Banco Central". Sim, naquele ano, Dilma defendeu a autonomia operacional do Banco Central – como a defende até hoje. O que é bem diferente da independência do Banco Central, defendida por Marina Silva, que confere ao presidente da autoridade monetária e aos seus diretores mandatos fixos. Será que Noblat não conhece a diferença entre autonomia e independência, ou confunde intencionalmente os dois conceitos?
O colunista do Globo também afirma que o PT mente ao dizer que Marina irá "acabar com o pré-sal". No entanto, foi o próprio jornal da família Marinho, sediado no Rio de Janeiro, que chamou atenção para o risco para o pré-sal que a vitória de Marina poderia representar, uma vez que mal consta de seu programa de governo.
Ontem, em entrevista no Palácio do Alvorada, a presidente Dilma lembrou que a presidência da República "não é lugar para coitadinhos". Aliás, ontem, aliados de Marina distribuíam material de campanha no Rio de Janeiro comparando Dilma ao anticristo (leia mais aqui).
Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário