Postado em 05 set 2014
Paulo Roberto Costa
Quanto as acusações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa pesarão nas eleições?
Preso por corrupção, Costa acusou um número incerto de políticos – as especulações variam entre 32 e mais de 60 — de serem beneficiários de um esquema de propinas em obras da Petrobras nos tempos em que ele foi diretor de abastecimento.
Ele decidiu fazer a chamada “delação premiada”, para reduzir substancialmente uma pena que poderia chegar a 30 anos de prisão.
Costa é uma amostra do preço das coligações pela governabilidade. Ele foi indicado para o cargo de diretor da Petrobras pelo PP, o partido de Maluf.
Ele já está na capa da Veja, conforme se poderia prever, com estardalhaço.
É provável que jornais e revistas se atirem sobre o caso com fúria, na esperança de minar a candidatura de Dilma.
A apatia da imprensa em escândalos como o do helicóptero dos Perrellas e o do aeroporto de Cláudio, para não falar das propinas do metrô de São Paulo, tende a se substituir por uma entusiasmo frenético na cobertura da delação de Costa.
Cuidados jornalísticos elementares serão ignorados. Já estão sendo, aliás. Em alguns sites, a palavra de Costa é tomada como a última expressão da verdade, muito antes de qualquer investigação.
Torça para não estar na relação, porque você não seria acusado, mas culpado antecipadamente.
Minha convicção é que o impacto das acusações nas eleições será menor, bem menor, do que gostariam os antipetistas.
A indignação, real ou fingida, vai atingir os que chamam os petistas de petralhas. São os eleitores de Aécio, no primeiro turno, e de Marina, no segundo.
Eles votariam em qualquer coisa para tirar o PT do poder. Detestam o lulopetismo, o bolivarianismo, o dilmismo – em suma, qualquer coisa que remeta ao PT.
Eles não precisam das acusações de Paulo Roberto Costa, ou de quem quer que seja, para militar e votar contra os “petralhas”.
Do outro lado, quem está com Dilma dificilmente se movimentará para outro candidato.
Há uma justa desconfiança das intenções por trás de denúncias de corrupção.
Ao longo da história recente, escândalos – muitas vezes simplesmente inventados, e outras tantas brutalmente ampliados – foram a arma da mídia para desestabilizar governos populares.
De Getúlio a Jango, de Lula a Dilma, tem sido sempre a mesma história.
As delações de Costa devem ser apuradas, e os culpados punidos. Ponto.
Mas daí a manipular o público para favorecer os privilegiados de sempre vai uma longa distância.
O povo parece ter percebido isso, nos últimos anos, e eis uma avanço de consciência que deve ser saudado.
(Acompanhe as publicações do DCM no Facebook. Curta aqui).
Quanto as acusações do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa pesarão nas eleições?
Preso por corrupção, Costa acusou um número incerto de políticos – as especulações variam entre 32 e mais de 60 — de serem beneficiários de um esquema de propinas em obras da Petrobras nos tempos em que ele foi diretor de abastecimento.
Ele decidiu fazer a chamada “delação premiada”, para reduzir substancialmente uma pena que poderia chegar a 30 anos de prisão.
Costa é uma amostra do preço das coligações pela governabilidade. Ele foi indicado para o cargo de diretor da Petrobras pelo PP, o partido de Maluf.
Ele já está na capa da Veja, conforme se poderia prever, com estardalhaço.
É provável que jornais e revistas se atirem sobre o caso com fúria, na esperança de minar a candidatura de Dilma.
A apatia da imprensa em escândalos como o do helicóptero dos Perrellas e o do aeroporto de Cláudio, para não falar das propinas do metrô de São Paulo, tende a se substituir por uma entusiasmo frenético na cobertura da delação de Costa.
Cuidados jornalísticos elementares serão ignorados. Já estão sendo, aliás. Em alguns sites, a palavra de Costa é tomada como a última expressão da verdade, muito antes de qualquer investigação.
Torça para não estar na relação, porque você não seria acusado, mas culpado antecipadamente.
Minha convicção é que o impacto das acusações nas eleições será menor, bem menor, do que gostariam os antipetistas.
A indignação, real ou fingida, vai atingir os que chamam os petistas de petralhas. São os eleitores de Aécio, no primeiro turno, e de Marina, no segundo.
Eles votariam em qualquer coisa para tirar o PT do poder. Detestam o lulopetismo, o bolivarianismo, o dilmismo – em suma, qualquer coisa que remeta ao PT.
Eles não precisam das acusações de Paulo Roberto Costa, ou de quem quer que seja, para militar e votar contra os “petralhas”.
Do outro lado, quem está com Dilma dificilmente se movimentará para outro candidato.
Há uma justa desconfiança das intenções por trás de denúncias de corrupção.
Ao longo da história recente, escândalos – muitas vezes simplesmente inventados, e outras tantas brutalmente ampliados – foram a arma da mídia para desestabilizar governos populares.
De Getúlio a Jango, de Lula a Dilma, tem sido sempre a mesma história.
As delações de Costa devem ser apuradas, e os culpados punidos. Ponto.
Mas daí a manipular o público para favorecer os privilegiados de sempre vai uma longa distância.
O povo parece ter percebido isso, nos últimos anos, e eis uma avanço de consciência que deve ser saudado.
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Sobre o AutorO jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
Diário do Centro do Mundo
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