quinta-feira, 18 de setembro de 2014

“Terrorismo é dizer que Dilma trata empresários como prostitutas”


17/09/2014

por Tereza Cruvinel

Ministro Moreira Franco rebate coordenador econômico de Marina


O ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco, rebateu a declaração do coordenador do programa econômico de Marina Silva, Alexandre Rands, de que o governo Dilma trata os empresários como prostitutas.

- Fico assustado quando vejo um economista com responsabilidade na campanha de uma candidata afirmar que a presidente Dilma trata os empresários como prostitutas. Primeiro, porque o fez valendo-se de metáforas rasteiras, numa linguagem imprópria ao debate das políticas públicas. Depois, pelo teor profundamente equivocado da declaração. Isso sim, é querer criar um ambiente terrorista na disputa eleitoral – disse Moreira ao blog.

Em entrevista ao jornal O Globo, Rands afirmou que “Dilma detesta os empresários, mas todas as políticas são para eles fazerem o que bem entenderem. O governo bate, mas depois convida para um drinque. Trata os empresários como prostitutas. Quer estar com eles, desfrutar de suas benesses, mas depois vai criticar, denegrir sua imagem.”

Se os empresários lucram, o que explica a resistência deles a Dilma?, pergunta o jornal. Rands responde: “Você acha que a prostituta confia nos homens que recebe? Chamaria um deles para a festa de aniversário do filho? Claro que não. Só tem interesse e medo. E tem outra coisa: um homem agrada três, quatro, dez prostitutas, mas não às outras que não estão participando da festa.”

Realmente, uma metáfora bem rasa.

Moreira Franco acrescenta que todas as iniciativas do governo Dilma em relação ao setor privado foram no sentido de fortalecer o empresariado nacional e o empreendedorismo. “O Governo tem um programa consistente de combate à pobreza e redução das desigualdades, que favorece os mais pobres, mas não o executa estimulando antagonismos de classe. Pelo contrário, implementou também políticas que favorecem as classes médias e as classes mais altas, inclusive as empresariais. E assim, todo o país tem crescido. Os números mostram isso, diz ele, acrescentando que as críticas ao relacionamento de Dilma e seu governo com os empresários baseiam-se nos traços de personalidade e estilo dela e não na natureza das políticasimplementadas por seu governo. “A vida foi muito áspera com a presidente em sua trajetória política e isso ajuda a explicar a criação de mecanismos defensivos e afirmativos, que não podem, de boa fé, ser confundidos com as políticas públicas que adota em seu governo”.

Rands foi contestado também pelo presidente do PSB, Roberto Amaral, por ter afirmado, na mesma entrevista, que Celso Furtado é um economista ultrapassado que inspira o atual governo. “Temos muito respeito por Celso Furtado e sua obra”, disse ele.






Tereza Cruvinel atua no jornalismo político desde 1980, com passagem por diferentes veículos. Entre 1986 e 2007, assinou a coluna “Panorama Político”, no Jornal O Globo, e foi comentarista da Globonews. Implantou a Empresa Brasil de Comunicação - EBC - e seu principal canal público, a TV Brasil, presidindo-a no período de 2007 a 2011. Encerrou o mandato e retornou ao colunismo político no Correio Braziliense (2012-2014). Atualmente, é comentarista da RedeTV e agora colunista associada ao Brasil 247. 

Brasil 247

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