terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Dirceu critica ajuste fiscal: "mediocridade conservadora"





O blog do ex-ministro José Dirceu publicou, nesta terça (27), um novo texto com críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff; na postagem, o ajuste fiscal adotado pelo governo federal é chamado de "símbolo da mediocridade conservadora", traz cobranças ao governo em relação à crise hídrica e energética e questiona se Dilma cumprirá seus compromissos de campanha

27 de Janeiro de 2015 às 21:34




247 - O blog do ex-ministro José Dirceu publicou, nesta terça-feira (27), um novo texto com críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff. No texto, o ajuste fiscal adotado pelo governo federal é chamado de "símbolo da mediocridade conservadora". A postagem traz cobranças ao governo em relação à crise hídrica e energética e questiona se Dilma cumprirá seus compromissos de campanha.

"Será feito o estabelecimento de um diálogo que coloque à mesa as mudanças na legislação do seguro-desemprego, a tabela do Imposto de Renda, a reforma tributaria, a política industrial, a política de comércio exterior, as concessões de obras e serviços públicos, a política de inovação? Ou vamos ficar rodando em torno do ajuste fiscal, símbolo da mediocridade conservadora?", diz.

Abaixo o texto na íntegra:

Cobranças a uma reunião ministerial: para onde vamos? Atenas ou Berlim?

A presidente Dilma Rousseff realiza hoje, na Granja do Torto – uma das residências oficiais da Presidência da República – a primeira reunião ministerial do seu segundo mandato iniciado dia 1º pp. A se confirmar o que anteciparam fontes do Palácio do Planalto à mídia, a presidenta vai abordar nesse primeiro encontro conjunto com seu ministério o momento de restrição orçamentária, o ajuste fiscal e as primeiras medidas já adotadas nessa linha.

Até aí nada a acrescentar. A questão é: que respostas o governo dará a crise hídrica e energética? Mobilizará o país, os ministros, para enfrentá-la? Proporá novas medidas sobre o ajuste fiscal? Falara ao país da gravidade da crise mundial e das mudanças que pretendemos a médio prazo em nossa economia? Proporá uma reforma tributária?

Qual nosso caminho? Vamos para Berlim ou Atenas? Qual é nossa proposta de mudança radical na política de segurança pública frente a crescente violência urbana retratada de forma trágica nas 16 mortes por balas perdidas - que de perdidas não têm nada? Vamos mobilizar os governos federal e estaduais e iniciar uma nova política de segurança?

Quando será aberta mesa de negociações com trabalhadores, empresários, a nação?

Ou vamos repetir o secretario de segurança do Rio (José Mariano Beltrame), que chamou de “nação de criminosos” os que armados disparam e trocam tiros todos os dias na cidade do Rio – que é uma expressão da nação – o que já seria suficiente para decretar estado de emergência no Rio e ocupar a cidade, pelo menos…

E a Educação teremos uma nova política para expressar a Pátria Educadora, prioridade prometida pela presidenta da República no seu discurso de posse do 2º mandado há 27 dias? Será aberta uma mesa de diálogo e negociações com os trabalhadores e os empresários? Será feito o estabelecimento de um diálogo que coloque à mesa as mudanças na legislação do seguro desemprego, a tabela do Imposto de Renda, a reforma tributaria, a política industrial, a política de comércio exterior, as concessões de obras e serviços públicos, a política de inovação?

Ou vamos ficar rodando em torno do ajuste fiscal, símbolo da mediocridade conservadora?

Como sempre disse o titular desse blog, o ex-ministro José Dirceu, e como temos repetido com frequência, o problema não é técnico ou de falta de soluções, mas político. A questão central é de prioridade, de vontade governamental e de mobilização da sociedade.

Vamos repetir: qual nosso caminho? Vamos para Berlim ou Atenas?
 
 
 
Brasil 247

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