quarta-feira, 8 de abril de 2015

Petrobras em crise e cadeia de fornecedores ameaçada

QUA, 08/04/2015 - 10:24
ATUALIZADO EM 08/04/2015 - 10:24








Jornal GGN – A Operação Lava Jato está impactando diretamente a indústria naval brasileira. Ao colocar a Petrobras no centro da investigação toda a cadeia de fornecedores foi atingida. O assunto foi tema de debate no 57º Fórum de Debates Brasilianas.org.

Para o vice-presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Sérgio Bacci, o governo brasileiro, o Congresso Nacional e a sociedade precisam buscar acordos de leniência para proteger a indústria. “Não dá para meia dúzia de malfeitores fazerem o que fizeram e toda a indústria nacional ser levada junto”, disse.

De acordo com Bacci, até junho de 2014, a indústria brasileira vivia um momento mágico, mas com a Operação Lava Jato tudo mudou. Ele acredita que ainda existe oportunidade, que a indústria nacional ainda está estruturada e que a indústria internacional ainda deseja entrar no mercado. Mas critica o fim dos incentivos do governo, a falta de apoio da Petrobras e a parada na participação do sistema financeiro.

Ainda assim, os escândalos de corrupção são apenas um dos problemas da estatal a atingir a cadeia de valor. O próprio cenário macroeconômico brasileiro representa um desafio a ser superado. A crise da economia e o preço de petróleo criam novas dificuldades em um cenário já bastante conturbado.

“O preço do petróleo, em queda desde setembro de 2014, ofusca o mérito das conquistas alcançadas que produziram o aumento da produção de petróleo e gás no Brasil. A queda no preço da commodity limita o acesso ao crédito e pode afetar a demanda prevista”, acredita Bacci.

Ele entende que é preciso separar as pessoas das empresas na hora de punir os responsáveis. Também pensa que a Petrobras precisa se organizar, fechar o balanço e dar perspectiva para o mercado das encomendas futuras. “Sem elas o Brasil corre o risco de desindustrialização. A indústria naval carece de planejamento”.

Enquanto isso, a Petrobras procura fora do país soluções para seus contratos. É o caso dos módulos das Plataformas P-75 e P-77, que deverão ser contratados em licitação internacional.

Bacci também criticou a política de conteúdo local que, para ele, precisa ser aprofundada. “Tem que ver o que queremos de conteúdo local. Se pegar mão de obra e aço dá quase 60% de conteúdo local. As empresas investem em mão de obra e aço e cumprem o conteúdo local”, disse.






Jornal GGN

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