sábado, 10 de outubro de 2015

Negócio da Petrobras na África irrigou contas de Cunha e esposa


Documentos enviados pelo MP da Suíça para o Brasil comprovam que um negócio de US$ 34,5 milhões fechado pela Petrobras em 2011 em Benin, na África, serviu para irrigar as quatro contas que têm como beneficiários o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e sua esposa, Cláudia Cordeiro Cruz; o caminho do dinheiro começa no pagamento da Petrobras à CBH, que celebrou o negócio em Benin; a conta da empresa tem como titular o brasileiro Idalécio de Oliveira, que repassou US$ 31 milhões à Lusitania Petroleum Ltd, também de sua titularidade, que, por sua vez, destinou US$ 10 milhões em maio de 2011 ao empresário João Henriques; Henriques é lobista do PMDB e fez cinco repasses para uma das contas em nome de uma das três offshores que têm Cunha como beneficiário, no valor total de 1,3 milhão de francos suíços

10 DE OUTUBRO DE 2015 ÀS 07:05


247 - Documentos enviados pelo Ministério Público da Suíça para o Brasil comprovam que um negócio de US$ 34,5 milhões fechado pela Petrobras em 2011 em Benin, na África, serviu para irrigar as quatro contas que têm como beneficiários o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e sua esposa, Cláudia Cordeiro Cruz.

Segundo os investigadores, o caminho do dinheiro começa no pagamento da Petrobras à Compagnie Béninoise des Hydrocarbures Sarl (CBH), que celebrou o negócio em Benin. A conta da empresa tem como titular o brasileiro Idalécio de Oliveira, que repassou US$ 31 milhões à Lusitania Petroleum Ltd, também de sua titularidade, que, por sua vez, destinou US$ 10 milhões em maio de 2011 ao empresário João Henriques.

Henriques é apontado como lobista do PMDB no esquema de corrupção na Diretoria Internacional da Petrobras. Ele disse em depoimento que fez uma transferência bancária a um político no âmbito de um contrato da estatal para aquisição do campo de exploração em Benin.

O material suíço enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR) confirma cinco repasses feitos por Henriques para uma das contas em nome de uma das três offshores que têm Cunha como beneficiário, no valor total de 1,3 milhão de francos suíços. No total, Cunha abriu três contas em nome das offshores Orion SP, Netherton Investments Ltd e Triumph SP, todas no banco suíço Julius Baer. A primeira recebeu o dinheiro do operador do PMDB, no mês seguinte ao negócio na África, e alimentou as outras duas.

Além dos repasses de Henriques, as contas das offshores de Cunha receberam valores de chamadas "contas de custódia", sediadas por exemplo no Merrill Lynch International. A suspeita de investigadores é que estas sejam meras "contas de passagem", utilizadas por exemplo para operadores viabilizarem a chegada do dinheiro ao destinatário final.


Brasil 247

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