SAB, 18/06/2016 - 08:52
Jornal GGN – O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse que tem em mãos e está avaliando propostas de compra da BR Distribuidora. Ele disse que em última instância a decisão vai depender do valor da oferta.
Parente voltou a criticar a lei de partilha do pré-sal. “A empresa hoje não tem condições de explorar todos os campos do présal. Isso é fato. E o direito de escolha é importante para otimizar a utilização de recursos. Nossa visão é favorável [à mudança do modelo] porque achamos que não apenas atende interesses da empresa como também o melhor para o país”, disse.
Do Valor Econômico
Por Cláudia Schüffner
A Petrobras já tem em mãos as propostas para compra da BR Distribuidora, segundo informou o presidente da empresa, Pedro Parente, em entrevista à GloboNews transmitida na noite desta quintafeira. Parente não deu detalhes sobre o modelo de venda e nem sobre a avaliação da Petrobras sobre as propostas, dizendo apenas que ainda é necessário analisar se elas “estão valorizando esse ativo”. Sobre a Braskem, disse que não há negociação nenhuma.
Ao mencionar alguns dos problemas da estatal hoje, o executivo disse que o resultado de anos investindo em projetos que ficaram muito mais caros que o orçamento inicial — como a refinaria Abreu e Lima — a Petrobras tem hoje uma dívida que equivale a cerca de 5 vezes a geração operacional de caixa quando o saudável no Brasil seria algo entre uma e duas vezes.
Para resolver o problema ele citou como alternativas o programa de desinvestimento e as parcerias. Citou os anúncios de negociação da BR Distribuidora e da Liquigás mas quando questionado sobre a intenção de vender uma participação ou controle fugiu da resposta. “Essa é uma questão importante que tem que ser discutida à luz do valor”, disse, frisando que o objetivo será sempre preservar objetivos estratégicos e gerar valor para a companhia.
Sobre a política de preços dos combustíveis, Parente repetiu que a Petrobras tem liberdade para fixar os preços dos combustíveis e que não haverá ingerência política. Mas ponderou que existe uma dificuldade de praticar preços muito acima do mercado internacional devido ao risco de perda de participação no mercado, já que a importação é livre e os concorrentes podem trazer gasolina e diesel comprados mais barato no exterior.
“A empresa tem que ter liberdade para fixação de preços porque é importante para o programa de parcerias. Mas a gente não pode praticar um preço interno muito acima do internacional porque o mercado é livre e outros entrantes podem vir e isso pode criar uma perda de market share. A empresa precisa levar em conta essas questões”, disse Parente.
O executivo também defendeu a mudança no modelo de exploração do pré sal, que hoje obriga a Petrobras a ter participação mínima de 30% em todos os campos que forem oferecidos. Disse que ter a opção de explorar é melhor que ter a obrigação, já que a empresa não tem condições de arcar com a participação em todos os campos e o melhor é que possa investir naqueles em que avaliar ser melhor do ponto de vista empresarial.
“A empresa hoje não tem condições de explorar todos os campos do présal. Isso é fato. E o direito de escolha é importante para otimizar a utilização de recursos. Nossa visão é favorável [à mudança do modelo] porque achamos que não apenas atende interesses da empresa como também o melhor para o país”, disse.
Questionado sobre como é trabalhar em um governo provisório como o do presidente interino Michel Temer, ele respondeu que precisa trabalhar com aquilo que controla. “Eu não posso pensar só no curto prazo, mas no médio e longo prazos, já que as decisões tomadas agora maturam em 10 a 15 anos. Estamos com toda velocidade no processo de parcerias, [de revisão do] perfil da dívida, e revisão do planejamento estratégico. Então é uma 'não questão' para mim. Não estou preocupado com isso. A empresa precisa de uma visão muito abrangente”, respondeu.
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