POR FERNANDO BRITO · 19/06/2016
“O golpe só foi produzido porque teve por trás um discurso único bombardeado dia e noite pela mídia à população”. A definição de Franklin Martins, ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República no segundo governo Lula (2007-2010) é a conclusão lógica de quem briga, faz tempo, pela democratização da comunicação.
Franklin participou do Seminário Mídia e crise brasileira: a cobertura jornalística, a comunicação pública e o olhar da imprensa estrangeira, realizado pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), em parceria com o Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz (CEE-Fiocruz) e gravou um pequeno depoimento que reproduzo abaixo, e, logo a seguir, também a fala do jornalista alemão Jens Glüsing, correspondente para a América Latina da revista Der Spiegel, coloca como um marco para a percepção de que havia um golpe em curso o “espetáculo” da votação da autorização para que Dilma sofresse o processo de impeachment.
Assista os dois vídeos, são reflexões serenas.
E uma análise de Glüsing, importante porque vem de um correspondente com 15 anos de observação da vida brasileira: nem mesmo o Governo Temer percebe a visão negativa que tem no exterior: “é a imagem de senhores autoritários, em ternos escuros, que parece que estão inteiramente fora do resto do mundo”.
Esse é um aspecto – fatal para o golpe – que aqui poucos se dão conta: o isolamento internacional que a aventura Temer atirou o Brasil.
Veja os dois vídeos:
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