POR FERNANDO BRITO · 04/08/2017
Nem Lula, nem Cunha, nem Marcelo Odebrecht.
Há, desde abril, na mesa de Sérgio Moro um pedido de anulação da Operação Lava jato feito pela mulher que primeiro denunciou as falcatruas de Alberto Youssef.
17 dias antes da primeira prisão – a da doleira e ex-amante de Youssef, Nelma Kodama ser presa, a contadora Meire Poza entregava à Polícia Federal caixas de documentos que comprovavam os negócios escusos do elemento-chave de toda a operação, sem que disso fossem lavrados termos de entrega e sendo induzida a não constituir advogado.
Como “prêmio” por sua colaboração decisiva para o início da operação, que Moro reconheceu – “não olvida ainda o Juízo que a acusada Meire Bomfim da Silva Poza, prestou relevante colaboração no início das investigações”, escreveu o “superjuiz”- Poza foi denunciada por “lavagem de dinheiro” por conta de uma operação feita com o conhecimento da Polícia Federal.
Em depoimento, a contadora confirmou que uma operação de “busca e apreensão” da Polícia Federal foi forjada para “esquentar” a documentação que ela já tinha entregue anteriormente e que passou a se sentir ameaçada pela atitude dos policiais federais.
Por isso, arrola como testemunhas em seu processo ninguém menos que os delegados e agentes da operação e os procuradores Deltan Dallagnol e Carlos Fernando dos Santos Lima, estrelas da Força Tarefa. Meire, segundo diz, prestou a todos mais de 40 depoimentos.
Embora tudo sugira que o interesse de Meire é anular a acusação contra ela, os elementos que ela elenca mostram como a Lava Jato, desde o berço, foi construída com atropelos à lei, sificientes para, como dizem seus advogados, levar todos os procedimentos feitos a partir da incriminação de Alberto Youssef desmoronarem, pelos métodos que os originaram.
Não foi assim com a Operação Satiagraha e o banqueiro Daniel Dantas, que acabaram levando à condenação do delegado Protógenes Queiroz, agora asilado na Suíça?
A história completa do caso Meire Poza está contada no Blog do Marcelo Auler, desde o seu início e é imperdível.
Tijolaço
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