A direção da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) demitiu o servidor e sindicalista Vicente Almeida. O engenheiro agrônomo e pesquisador em impactos ambientais teria sofrido cerceamento do exercício funcional em suas pesquisas científicas, além de ser perseguido e assediado moralmente pela direção da empresa; a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), divulgou nota em apoio ao servidor; "Repudiamos com veemência a demissão de Vicente Almeida, uma vez que foi de forma arbitrária, injusta, sem amplo direito a defesa e ao exercício do contraditório"
8 DE MARÇO DE 2018
247 - A direção da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) demitiu no dia 28 de fevereiro o servidor e sindicalista Vicente Almeida. O engenheiro agrônomo e pesquisador em impactos ambientais teria sofrido cerceamento do exercício funcional em suas pesquisas científicas, além de ser perseguido e assediado moralmente pela direção da empresa. Almeida passa por essas retaliações políticas porque denuncia as irregularidades que são cometidas contra diversos servidores e unidades da empresa como no Mato Grosso do Sul e no Pará. Conforme o pesquisador, as denúncias já foram comprovadas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).
A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), divulgou nota em apoio ao servidor. "Repudiamos com veemência a demissão de Vicente Almeida, uma vez que foi de forma arbitrária, injusta, sem amplo direito a defesa e ao exercício do contraditório", diz nota também divulgada pelo PT.
O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), critica a postura da instituição de pesquisa. "Já é o terceiro caso de demissão na Embrapa, entre eles o Vicente. Observamos muito a questão do encaixe da lógica da empresa à essa lógica de privatização de todo conhecimento científico e tecnológico, em que tudo o que for produzido tem que ser em favor do lucro e não necessariamente da sociedade", afirmou Pimenta.
A Embrapa acusa Almeida de supostamente ferir os códigos de Conduta e de Ética, por ele ter realizado denúncias às autoridades competentes sobre as arbitrariedades ocorridas contra funcionários e a violação de direitos trabalhistas na empresa. Mas o pesquisador explicita outras razões que levam a Embrapa a persegui-lo. "As empresas do agronegócio e das indústrias químicas se reúnem semanalmente com o presidente [da empresa], principalmente após o golpe [que tirou Dilma Rousseff do poder]", denuncia Almeida, que já chegou a ter estudos censurados por superiores.
Além de assumir uma postura questionadora em relação à política de pesquisa da Embrapa, Vicente Almeida foi porta-voz de diversas denúncias de irregularidades na gestão da empresa, incluindo numerosos casos de assédio moral contra funcionários. O tema foi objeto de uma audiência pública na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados, por iniciativa da deputada Erika Kokay (PT-DF).
Segundo a parlamentar, as resoluções da audiência serão encaminhadas a diversas instituições relacionadas, como o Ministério Público do Trabalho, para que sejam tomadas as providências necessárias e haja investigação em relação às denúncias. "Depois dessa audiência, ficou absolutamente claro que a Embrapa cotidianamente possibilita que trabalhadores e trabalhadoras sejam assediados de forma absolutamente cruel", afirmou Kokay.
O líder Paulo Pimenta defende o imediato retorno de Vicente Almeida ao seu posto de trabalho na Embrapa, uma vez que "ele precisa ter restabelecido os seus direitos como servidor público e também expressar livremente suas opiniões e ideais".
Brasil 247
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