Mesmo acumulando uma série de bons resultados na ampliação do atendimento à saúde básica no Brasil, o programa Mais Médicos, criado pela presidente Dilma Rousseff em 2013 está ameaçado pelo governo de Michel Temer; no fim do ano passado, 17.584 médicos atuavam no programa, abaixo das 18,2 mil vagas oferecidas, mesma quantidade de 2015; o orçamento também estagnou, em 2018 é de R$ 3,3 bilhões, praticamente o mesmo de 2017; pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz estima que o Mais Médicos tenha incluído mais de 60 milhões de pessoas no sistema de saúde brasileiro, especialmente nas áreas de maior vulnerabilidade social
7 DE MARÇO DE 2018
247 - O golpe parlamentar que retirou uma presidente legítima e honesta e pôs em seu lugar um político acusado de chefiar uma quadrilha segue desmontando direitos conquistados pela população brasileira mais pobre.
Anunciado em 2013 no governo Dilma Rousseff com a missão de ampliar o atendimento à saúde básica depois das manifestações de junho e levar profissionais de saúde a cidades em que era difícil contratar médicos brasileiros, o Mais Médicos acumula uma série de bons indicadores, mas parou de crescer.
No fim do ano passado, um total de 17.584 médicos atuavam no programa, total aquém das 18,2 mil vagas oferecidas - o mesmo número desde 2015. A participação dos cubanos ainda é alta: ocupam 8.557 dos postos do Mais Médicos, mais que os 8.459 brasileiros. A Saúde diz que a meta do governo federal é reduzir a presença cubana a 7,4 mil participantes. Os que deixarem o programa serão gradualmente substituídos por profissionais brasileiros.
Estudo feito por um grupo de pesquisadores do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, da Fundação Oswaldo Cruz, em Pernambuco, estima que as novas equipes de saúde da família criadas no Mais Médicos tenham incluído mais de 60 milhões de pessoas no sistema de saúde brasileiro, especialmente nas áreas de maior vulnerabilidade social.
"Em 2012, havia 33,4 mil equipes de saúde da família no Brasil, cobrindo 54,8% da população. Em 2015, em dois anos de programa, 40,1 mil equipes cobriam 63,7% da população brasileira", estima Antonio da Cruz Gouveia Mendes, coordenador do grupo de pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz que dedicou-se a analisar o processo de implementação do programa.
A região Norte incorporou a maior parte dessas novas equipes, aponta o estudo: 52,8% do total. Em valores absolutos, a região Nordeste recebeu o maior número de equipes de saúde da família: 6.064.
Cruz diz que a partir de 2016, no entanto, a cobertura nos programas de saúde da família parou de crescer. "Há uma estagnação. Como o SUS cobre 80% da população, ainda teria um espaço grande de crescimento", alerta Cruz, que acrescenta que, se a saúde básica falta, a população lota os hospitais e para resolver problemas simples do ponto de vista médico.
O orçamento também estagnou. Segundo o Ministério da Saúde, o previsto para o Mais Médicos em 2018 é de R$ 3,3 bilhões, praticamente o mesmo de 2017 (R$ 3,2 bilhões) e pouco mais que os R$ 2,7 bilhões de 2016, em números que não consideram a inflação.
As informações são do jornal Valor Econômico.
Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário