Em uma nova mensagem divulgada na noite desta quinta-feira (01/08) pela emissora de televisão síria Arrai, o líder líbio Muamar Kadafi convocou seus seguidores para que se preparem para resistir a "uma guerra prolongada". Na gravação, ele lembrou o 42º aniversário de sua chegada ao poder, após a revolução que derrubou o monarca Idris I, e pediu aos "países agressores", referindo-se à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), para se "entenderem com a legalidade".
Kadafi disse que a OTAN quer ocupar a Líbia para roubar petróleo e recursos naturais, segundo a agência de noticias Associated Press. "A ocupação não será capaz de lutar uma guerra longa", disse.
"Nós lutaremos contra eles em todos os lugares. Estejam prontos para lutar contra a ocupação, nós vamos queimar o chão debaixo dos pés deles", afirmou Kadafi. Segundo a AP, o tom do segundo discurso parecia mais calmo e contrastava com a estridência adotada na mensagem anterior.
Em sua primeira mensagem, também divulgada pela televisão síria Arrai, Kadafi pediu aos que são leais a ele que resistam à pressão feita pela oposição e pela OTAN, alegando haver divergências entre os rebeldes e a organização.
“Mesmo que não escutem a minha voz, continuem a resistir”, disse ele, que está desaparecido desde que os rebeldes avançaram a Trípoli. “Existem divergências entre a aliança da agressão [OTAN] e os seus agentes [os rebeldes]”, acrescentou, segundo a agência Efe.
Novo prazo
O CNT (Conselho Nacional de Transição), entidade que representa os rebeldes, estendeu hoje em uma semana o prazo para a rendição de Sirte, a cidade natal de Kadafi, na costa do Mediterrâneo, um dos focos de resistência do governo.
"Eles estenderam o prazo em uma semana", anunciou um porta-voz do CNT Mohammad Zawawi sobre o ultimato para a rendição das forças de Kadafi, citado pela Reuters. A data estava originalmente estipulada para sábado (03/09).
Os rebeldes haviam ameaçado promover um ataque militar total se as forças leais ao governo não entregassem a cidade.
Reunião em Paris
O novo pronunciamento de Kadafi e novo prazo coincidem com a reunião realizada em Paris para discutir o futuro da Líbia após a queda do regime. O Brasil foi representado pelo embaixador extraordinário para o Oriente Médio Cesário Melantonio Neto. Ele defendeu que o processo de transição deve acontecer “com segurança e pleno respeito aos direitos humanos e aos interesses dos diferentes segmentos da sociedade líbia, preservando-se a unidade nacional”. Afirmou também que Comitê de Credenciais das ONU (Organização das Nações Unidas) deve estabelecer quem se pronunciará pela Líbia na Assembleia Geral, “respeitando o multilateralismo”.
o Brasil, que ainda não reconheceu o CNT, defendeu um cessar-fogo no país. “O Brasil conclama as partes a depor armas e cessar a violência. Apoiamos igualmente o chamamento do Conselho de Paz e Segurança da União Africana para que se estabeleça um mecanismo crível de monitoramento do cessar-fogo”.
Por meio de nota, o Ministério de Relações Exteriores do Brasil se posicionou favoravelmente à busca por democracia na Líbia. “O Brasil está ao lado do povo líbio em suas aspirações por liberdade e democracia”, diz o texto. O documento acrescenta que o “futuro da Líbia deve ser definido pelos próprios líbios”.
O Brasil apoiou a resolução do Conselho de Segurança que impôs sanções à Líbia e defendeu a suspensão do pais no Conselho de Direitos Humanos. Em março, entretanto, absteve-se na votação que autorizou a criação de uma zona de exclusão aérea na Líbia, sob o pretexto de proteger civis.
Capacetes azuis
No encontro, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, propôs que seja enviada rapidamente a esse país uma missão das Nações Unidas.
"Tenho intenção de trabalhar estreitamente com o Conselho de Segurança para impulsionar uma missão da ONU que deverá iniciar suas tarefas o quanto antes", afirmou Ban diante de 12 chefes de Estado, 17 chefes de governo, cerca de 20 ministros e altos representantes de oito organizações internacionais e altos representantes dos rebeldes líbios.
A conferência internacional reúne em Paris 60 países e organizações internacionais para abordar a reconstrução da Líbia. Eles foram convocados pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, e pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron.
O secretário-geral da ONU anunciou que em 20 de setembro será realizada uma "reunião de alto nível" sobre a Líbia, paralelamente à Assembleia Geral da ONU que começará no dia 13 deste mês em Nova York.
Em sua fala durante o encontro, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, pediu que os rebeldes assumam o assento do país dentro da ONU. Para dar apoio financeiro aos rebeldes, os Estados Unidos, informou Hillary, liberaram mais de US$ 700 milhões do US$ 1,5 bilhão em fundos líbios congelados.
Opera Mundi
Kadafi disse que a OTAN quer ocupar a Líbia para roubar petróleo e recursos naturais, segundo a agência de noticias Associated Press. "A ocupação não será capaz de lutar uma guerra longa", disse.
"Nós lutaremos contra eles em todos os lugares. Estejam prontos para lutar contra a ocupação, nós vamos queimar o chão debaixo dos pés deles", afirmou Kadafi. Segundo a AP, o tom do segundo discurso parecia mais calmo e contrastava com a estridência adotada na mensagem anterior.
Em sua primeira mensagem, também divulgada pela televisão síria Arrai, Kadafi pediu aos que são leais a ele que resistam à pressão feita pela oposição e pela OTAN, alegando haver divergências entre os rebeldes e a organização.
“Mesmo que não escutem a minha voz, continuem a resistir”, disse ele, que está desaparecido desde que os rebeldes avançaram a Trípoli. “Existem divergências entre a aliança da agressão [OTAN] e os seus agentes [os rebeldes]”, acrescentou, segundo a agência Efe.
Novo prazo
O CNT (Conselho Nacional de Transição), entidade que representa os rebeldes, estendeu hoje em uma semana o prazo para a rendição de Sirte, a cidade natal de Kadafi, na costa do Mediterrâneo, um dos focos de resistência do governo.
"Eles estenderam o prazo em uma semana", anunciou um porta-voz do CNT Mohammad Zawawi sobre o ultimato para a rendição das forças de Kadafi, citado pela Reuters. A data estava originalmente estipulada para sábado (03/09).
Os rebeldes haviam ameaçado promover um ataque militar total se as forças leais ao governo não entregassem a cidade.
Reunião em Paris
O novo pronunciamento de Kadafi e novo prazo coincidem com a reunião realizada em Paris para discutir o futuro da Líbia após a queda do regime. O Brasil foi representado pelo embaixador extraordinário para o Oriente Médio Cesário Melantonio Neto. Ele defendeu que o processo de transição deve acontecer “com segurança e pleno respeito aos direitos humanos e aos interesses dos diferentes segmentos da sociedade líbia, preservando-se a unidade nacional”. Afirmou também que Comitê de Credenciais das ONU (Organização das Nações Unidas) deve estabelecer quem se pronunciará pela Líbia na Assembleia Geral, “respeitando o multilateralismo”.
o Brasil, que ainda não reconheceu o CNT, defendeu um cessar-fogo no país. “O Brasil conclama as partes a depor armas e cessar a violência. Apoiamos igualmente o chamamento do Conselho de Paz e Segurança da União Africana para que se estabeleça um mecanismo crível de monitoramento do cessar-fogo”.
Por meio de nota, o Ministério de Relações Exteriores do Brasil se posicionou favoravelmente à busca por democracia na Líbia. “O Brasil está ao lado do povo líbio em suas aspirações por liberdade e democracia”, diz o texto. O documento acrescenta que o “futuro da Líbia deve ser definido pelos próprios líbios”.
O Brasil apoiou a resolução do Conselho de Segurança que impôs sanções à Líbia e defendeu a suspensão do pais no Conselho de Direitos Humanos. Em março, entretanto, absteve-se na votação que autorizou a criação de uma zona de exclusão aérea na Líbia, sob o pretexto de proteger civis.
Capacetes azuis
No encontro, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, propôs que seja enviada rapidamente a esse país uma missão das Nações Unidas.
"Tenho intenção de trabalhar estreitamente com o Conselho de Segurança para impulsionar uma missão da ONU que deverá iniciar suas tarefas o quanto antes", afirmou Ban diante de 12 chefes de Estado, 17 chefes de governo, cerca de 20 ministros e altos representantes de oito organizações internacionais e altos representantes dos rebeldes líbios.
A conferência internacional reúne em Paris 60 países e organizações internacionais para abordar a reconstrução da Líbia. Eles foram convocados pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, e pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron.
O secretário-geral da ONU anunciou que em 20 de setembro será realizada uma "reunião de alto nível" sobre a Líbia, paralelamente à Assembleia Geral da ONU que começará no dia 13 deste mês em Nova York.
Em sua fala durante o encontro, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, pediu que os rebeldes assumam o assento do país dentro da ONU. Para dar apoio financeiro aos rebeldes, os Estados Unidos, informou Hillary, liberaram mais de US$ 700 milhões do US$ 1,5 bilhão em fundos líbios congelados.
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