sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Queda na Selic é mais do que justificável

Os representantes do mercado financeiro não tardaram a reconhecer: a íntegra da ata do BC (divulgada ontem) sobre a decisão de cortar o juro básico (taxa Selic) em meio ponto percentual para 12% ao ano dá sinais de que a autoridade monetária deve continuar reduzindo essa taxa.

“É um indicador de que haverá mais cortes e que isso não foi um ajuste pontual”, afirmou Alberto Ramos, do Goldman Sachs em Nova York, para O Estado de São Paulo. Para o mesmo jornal Marcelo Salomon, do Barclays também em NY, afirmou que acredita que o BC cortará meio ponto percentual a Selic em cada um dos dois encontros programados pelo Conselho de Política Monetária (COPOM) para deliberar sobre os juros até o final do ano.

Para quem não a leu, a ata do COPOM discorre sobre três motivos para justificar a redução da taxa de juros na última reunião: a crise internacional; a política de corte de gastos pelo governo – que já soma R$ 60 bi este ano; e um conjunto de medidas do próprio BC para desestimular os empréstimos.

Condições para o crescimento

A ata do COPOM é clara e fundamentada. Ninguém, afinal, pode negar que a crise internacional, o ajuste fiscal do governo e as medidas de contenção do crédito mais do que justificam uma queda da taxa Selic, já que a inflação deve cair no último trimestre do ano. Tampouco podemos pensar em desacelerar o crescimento econômico do país abaixo de 4% ao ano.

Na verdade, temos de, rapidamente, criar as condições para o Brasil crescer 7% ao ano para dar um salto qualitativo educativo e tecnológico, eliminar a pobreza e modernizar a indústria e a infraestrutura. Isso se faz retomando os investimentos em áreas abandonadas como a Tecnologia da Informação, a tecnologia espacial, a cibernética, a biotecnologia e a defesa nacional. A respeito desta última, o Brasil precisa ter Forças Armadas e desenvolvimento tecnológico militar compatível com sua economia e com suas riquezas naturais. Precisa, ainda, avançar na integração regional e com a África, condição para uma presença efetiva do Brasil no cenário mundial.

Blog do Zé Dirceu

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