segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Sem apresentar saídas e nem soluções para o país, Aécio Neves reafirma candidatura

Só a total incapacidade da oposição de apresentar saídas e soluções para o país, sua divisão, e a falta de pudor da mídia, explicam essas duas páginas que um jornal paulista deu no fim de semana (no domingo) para o senador Aécio Neves (PSDB-MG) anunciar já, de forma extemporânea e a três anos e quatro meses da próxima eleição presidencial, que é candidato ao Palácio do Planalto em 2014.

Duas páginas para o senador dizer o mesmo de sempre: que é candidato, mas que seu partido tem outros - e, aí, ele relaciona quase metade dos governadores eleitos pelo PSDB no ano passado. O descaramento é maior porque ocorre no meio do festival de cooptações de deputados da oposição ao governo tucano de Minas Gerais, comandado pelo governador Antônio Anastasia (PSDB), mas controlado por Aécio Neves.

Pior - aliás, nem dá para se classificar o que é pior nesse momento que o senador escolheu para reafirmar sua candidatura -, ocorre no meio da crise das emendas na Assembléia Legislativa de São Paulo, uma das maiores vividas pela instituição e pelo tucanato do Estado.

Mídia não dá espaço idêntico à venda de emendas parlamentares

A crise, lembrem-se, que eclodiu há três semanas quando o deputado Roque Barbiere, do PTB e da base do governo tucano de Geraldo Alckmin, denunciou que 30% dos 94 deputados estaduais paulistas vendem emendas parlamentares a empreiteiras. E que ele alertou o governo do Estado sobre isso. E não se apura nada.

Nesse quadro, o senador Aécio vem de novo com a mesma ladainha - aparelhamento do Estado versus eficiência tucana. Isso quando o Governo de Antonio Anastasia, seu sucessor, esta paralisado por conflitos, falta de projetos e greves - a dos professores durou quase quatro meses e prejudicou 2,3 milhões de alunos que perderam o semestre.

Aécio termina sua entrevista com o de sempre, dizendo que o PT trocou seu projeto pelo poder, sem, contudo, dizer, afinal, qual é o (projeto) do PSDB. E tudo isso, repito, a três anos anos das eleições de 2004. Na entrevista, nada da divisão do PSDB, das crises do DEM e do PSDB com os demos, do desaparecimento sem óbito do PPS, dos escândalos nas administrações tucanas. Nada.

Aliado tradicional acusa: somente o DEM faz oposição, o PSDB "enrola"

Entrevista dessas, com esse espaço generoso, para reafirmar uma candidatura presidencial a 3,5 anos da eleição mostra bem a quantas anda a mídia brasileira. Mas, como a mentira tem perna curta, no mesmo dia o ex-presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ) sai atirando, dizendo que somente o seu partido faz oposição e que o PSDB só “enrola".

Deve ser por isso que Aécio, com menos de um ano do cumprimento dos seus oito anos de mandato de senador, já esta sendo chamado de "Aecinho lero-lero" no Senado.

Blog do Zé Dirceu

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