Jornal Estado de Minas, dirigido por Zeca Teixeira da Costa, que fez campanha explícita por Aécio Neves, participando até de vídeos no WhatsApp, agora paga o preço de seu engajamento político; nesta quarta-feira, 12 jornalistas foram demitidos; "O jornal passa por uma crise financeira, e uma crise de gestão e credibilidade. Nos últimos tempos, O Estado de Minas adotou uma linha editorial atrelada a um grupo político e acabou perdendo assinantes e, consequentemente, diminuindo sua venda em bancas", disse o presidente do sindicato, Kerison Lopes
7 de Janeiro de 2015 às 21:30
247 - O engajamento político do jornal Estado de Minas, que fez campanha explícita pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), agora cobra seu preço. Nesta quarta-feira, 12 profissionais do jornal foram demitidos.
À revista IMPRENSA, Kerison Lopes, presidente do sindicato dos jornalistas de Minas, afirma que as demissões ocorrem em decorrência da crise financeira enfrentada pela publicação, que vai além dos problemas enfrentados pelos veículos impressos em todo o mundo.
"O jornal passa por uma crise financeira, e uma crise de gestão e credibilidade. Nos últimos tempos, O Estado de Minas adotou uma linha editorial atrelada a um grupo político e acabou perdendo assinantes e, consequentemente, diminuindo sua venda em bancas", disse ele.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais também divulgou nota. Leia abaixo:
Jornalistas de Minas
Sindicato denuncia demissões no Estado de Minas e solidariza-se com dispensados
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais denuncia a demissão de doze jornalistas do Estado de Minas realizadas nesta quarta-feira (7/1/15), todos eles com grande experiência profissional, alguns dos quais trabalhavam no jornal há décadas. Os cortes atingiram repórteres, editores, fotógrafos, um ilustrador e um diagramador; cinco editorias foram afetadas. Foi demitida também uma secretária. O Sindicato solidariza-se com os demitidos e suas famílias e manifesta sua grande preocupação com o fato, que enfraquece o jornalismo mineiro.
A preocupação do Sindicato não se limita à perda do emprego desses jornalistas e fechamento de postos de trabalho, mas também às circunstâncias que cercam a decisão da empresa. No final de 2014, num ato que teve grande repercussão, o o então editor de Cultura João Paulo Cunha pediu demissão da empresa, por não aceitar ter seus artigos censurados. Na ocasião, muitos colegas da redação fizeram um protesto contra a demissão, com o nome #somostodosjoão.
O Sindicato dos Jornalistas entende que o fortalecimento da profissão e da liberdade de imprensa passa pela produção de um jornalismo vigoroso, informativo e democrático, exatamente o oposto das medidas que vêm sendo tomadas pelo Estado de Minas. A renovação urgente do jornalismo mineiro não pode prescindir de profissionais experientes como estes que acabam de ser dispensados.
O Sindicato informa ainda aos dispensados que transmitirá orientações jurídicas a serem tomadas e em relação ao plano de saúde, que foi motivo de litígio recente dos jornalistas com a empresa.
Diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais
Brasil 247
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