05/01/2015
por Tereza Cruvinel
Ministro diz que até o final do ano dará seu voto sobre financiamento das campanhas
Se depender do ministro Gilmar Mendes, o STF não concluirá este ano o julgamento da ação movida pela OAB que pede a proibição das doações de empresa para campanhas eleitorais. O processo, retido por ele há alguns meses com um pedido de vistas, é objeto da campanha “libera, Gilmar” . Ao 247, entretanto, ele disse que não tem pressa e que até o final do ano apresentará seu voto. Quatro ministros da corte já votaram favoravelmente.
Mendes argumenta que, embora o financiamento empresarial favoreça a corrupção, a ação da OAB faz parte de uma manobra combinada com o PT para criar outra forma de favorecimento e perpetuação no poder. “Se proibirmos as as doações de empresas, ficarão permitidas as doações de pessoas físicas. Neste país de roubalheira, os que mandam nas estatais e nos fundos públicos em geral vão desviar recursos e distribuir dinheiros a militantes para que façam doações como pessoas físicas. É isso que estão querendo. Mas até dezembro meu voto sai”, diz ele.
A seu lado, o ministro do STJ e do TSE Herman Benjamim, defensor do financiamento público de campanha, sugere que ele faça logo um voto intermediário, estabelecendo algumas vedações para as empresas. Além de um teto, a proibição de que façam doações aquelas que tenham negócios de certo vulto com o Estado, por exemplo. Gilmar é reticente. Ele não gosta da idéia do financiamento público sem mudança no sistema eleitoral e nem da proibição das doações privadas. Ou seja, para haver mudança neste sistema que infelicita a democracia brasileira, do STF não sairá nada tão cedo.. Depois, a tarefa de fazer a reforma política é mesmo do Congresso. Mas como nesta matéria os congressistas não querem nada, Dilma terá que se mexer, honrando a promessa de se empenhar pela reforma. Se ficar para o segundo semestre, não sai. Ano que vem tem eleição municipal, dirão os políticos da bancada da inércia.
Tereza Cruvinel atua no jornalismo político desde 1980, com passagem por diferentes veículos. Entre 1986 e 2007, assinou a coluna “Panorama Político”, no Jornal O Globo, e foi comentarista da Globonews. Implantou a Empresa Brasil de Comunicação - EBC - e seu principal canal público, a TV Brasil, presidindo-a no período de 2007 a 2011. Encerrou o mandato e retornou ao colunismo político no Correio Braziliense (2012-2014). Atualmente, é comentarista da RedeTV e agora colunista associada ao Brasil 247.
por Tereza Cruvinel
Ministro diz que até o final do ano dará seu voto sobre financiamento das campanhas
Se depender do ministro Gilmar Mendes, o STF não concluirá este ano o julgamento da ação movida pela OAB que pede a proibição das doações de empresa para campanhas eleitorais. O processo, retido por ele há alguns meses com um pedido de vistas, é objeto da campanha “libera, Gilmar” . Ao 247, entretanto, ele disse que não tem pressa e que até o final do ano apresentará seu voto. Quatro ministros da corte já votaram favoravelmente.
Mendes argumenta que, embora o financiamento empresarial favoreça a corrupção, a ação da OAB faz parte de uma manobra combinada com o PT para criar outra forma de favorecimento e perpetuação no poder. “Se proibirmos as as doações de empresas, ficarão permitidas as doações de pessoas físicas. Neste país de roubalheira, os que mandam nas estatais e nos fundos públicos em geral vão desviar recursos e distribuir dinheiros a militantes para que façam doações como pessoas físicas. É isso que estão querendo. Mas até dezembro meu voto sai”, diz ele.
A seu lado, o ministro do STJ e do TSE Herman Benjamim, defensor do financiamento público de campanha, sugere que ele faça logo um voto intermediário, estabelecendo algumas vedações para as empresas. Além de um teto, a proibição de que façam doações aquelas que tenham negócios de certo vulto com o Estado, por exemplo. Gilmar é reticente. Ele não gosta da idéia do financiamento público sem mudança no sistema eleitoral e nem da proibição das doações privadas. Ou seja, para haver mudança neste sistema que infelicita a democracia brasileira, do STF não sairá nada tão cedo.. Depois, a tarefa de fazer a reforma política é mesmo do Congresso. Mas como nesta matéria os congressistas não querem nada, Dilma terá que se mexer, honrando a promessa de se empenhar pela reforma. Se ficar para o segundo semestre, não sai. Ano que vem tem eleição municipal, dirão os políticos da bancada da inércia.
Tereza Cruvinel atua no jornalismo político desde 1980, com passagem por diferentes veículos. Entre 1986 e 2007, assinou a coluna “Panorama Político”, no Jornal O Globo, e foi comentarista da Globonews. Implantou a Empresa Brasil de Comunicação - EBC - e seu principal canal público, a TV Brasil, presidindo-a no período de 2007 a 2011. Encerrou o mandato e retornou ao colunismo político no Correio Braziliense (2012-2014). Atualmente, é comentarista da RedeTV e agora colunista associada ao Brasil 247.
Brasil 247
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