O ex-presidente ouviu e concordou com queixas de ministros, e defendeu que Temer deveria integrar o núcleo duro do governo Dilma
Jornal GGN - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva encontrou-se com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em continuidade ao programa de articulação planejado pela presidente Dilma Rousseff, de líderes do PT com o Congresso.
A reunião para amenizar os entraves do partido com o PMDB reascendeu o foco, entretanto, para as dificuldades da presidente no diálogo com os parlamentares.
Lula teria criticado a coordenação política de Dilma para a cúpula do PMDB, na casa de Renan Calheiros, afirmando que o PMDB precisa ter um papel de protagonista na coalizão que apoia o governo da petista. O ex-presidente teria dito que foi um erro a estratégia do Palácio do Planalto de isolar o PMDB nesse segundo mandato.
Estiveram presentes o líder da bancada no Senado, Eunício Oliveira (CE), os senadores Romero Jucá (PMDB-RR), Roberto Requião (PMDB-PR), Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), Edison Lobão (PMDB-MA), o ex-senador José Sarney (PMDB-AP), e outros.
Lula comparou o atual cenário político com a sua gestão, afirmando que o seu então vice, José Alencar, participava de todas as decisões do governo e que o mesmo deveria ocorrer agora. Renan Calheiros defendeu: "é preciso que o governo envolva o vice-presidente Michel Temer em todas as decisões porque ninguém melhor do que o Michel interpreta o partido como um todo, ele é o próprio presidente", disse.
O ex-presidente também alertou que um peemedebista deveria participar do G-6, grupo de seis ministros, a base da articulação política de Dilma. O PMDB sugere que o próprio vice deveria ser esse nome a integrar o núcleo duro do governo.
A cúpula do PMDB não economizou em críticas à presidente. Renan Calheiros afirmou que o partido foi excluído de todo o processo de tomada de decisões. Deram como exemplo a própria presença de Lula e não da presidente, como a saída que Dilma encontrou para retomar o diálogo.
Um dos senadores contou ao Estado de S. Paulo que o encontro foi "muito bom", por conta das "afinidades" do ex-presidente, e que ele não cobrou o apoio para a aprovação do pacote de ajuste fiscal do governo. Lula ouviu e concordou com as ressalvas dos parlamentares, e pediu auxilio "para que sejam construídas saídas políticas e econômicas para o Brasil". "Ele é sempre um otimista e, mais uma vez, ele fez uma defesa veemente desse otimismo", disse o peemedebista ouvido pelo jornal.
Ao conversarem sobre o ajuste, os parlamentares reclamaram e defenderam um esforço maior, com cortes de gastos do próprio Executivo e a revisão de contratos. O ex-presidente teria concordado, segundo Renan Calheiros. O presidente do Senado ressaltou que o papel de Lula é "fundamental" e "insubstituível".
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