quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Quebrar o Brasil, o projeto da direita para derrubar Dilma



5 de fevereiro de 2015 | 18:03 Autor: Fernando Brito







Lamento informar ao Ministro Joaquim Levy: os problemas de nossa economia não estão vindo tanto da falta do “ajuste fiscal” – embora, sim, seja necessário cortar gastos nos momentos de dificuldade – mas no projeto da direita brasileira de quebrar a economia nacional como forma de criar, mais adiante, o clima político para o que deseja desde a noite em que foi proclamado o resultado das eleições e confirmada a vitória de Dilma Rousseff. 


O que está acontecendo aqui é que, de um lado, recrudesceu a campanha política selvagem para demonstrar que a economia brasileira entrou em colapso e, de outro, o medo paralisante de nosso Governo de enfrentar esta ofensiva e estabelecer a controvérsia, a polêmica, ao discurso do “fim do Brasil” 


Economizar R$ 1 bilhão em despesas é dificílimo; já perder R$ 1 bilhão em receitas é algo que se faz “num cuspe” com a perda de confiança na economia. 


E vamos mal assim? 


Um dado apenas mostra que não: as viagens de avião – especialmente as de férias – cresceram 12,5% nos destinos domésticos no primeiro mês do ano: 9,7 milhões de passageiros este ano, mais de um milhão a mais que em 2014. Nas viagens mais caras, as internacionais, mesmo com a alta do dólar, a demanda medida em passageiros por quilômetro voado cresceu absurdos 32,9% sobre janeiro de 2014. 


Mas isso é meia-verdade, porque vamos derrubar ainda mais (porque já caíram ano passado) os investimentos públicos por conta do caso Petrobras e das suas “desejadas” extensões para outras áreas daquilo que só funciona com dinheiro estatal (eletricidade, transportes urbanos, portuários, ferroviários, rodovias, habitação, etc). 


E com eles, toda a cadeia produtiva da construção, especialmente a pesada, que avançou mais, muito mais, do que o PIB durante a última década e que representa quase um décimo de toda a produção de riqueza no Brasil. 


Com o ajuste fiscal, em princípio, corta-se aqui e gasta-se no custo financeiro da dívida pública, ampliado pelas altas exigidas pela taxa de juros dos títulos. 


O Governo brasileiro parece acreditar que a tempestade será como as chuvas são hoje no Brasil: podem até ser fortes, mas não duram muito tempo. 


Pode ser, porque a economia mundial não recomenda adivinhações. 


Mas a postura passiva, desconhecendo a imensa capacidade de o Estado brasileiro ditar o ritmo da atividade econômica aqui deixa o país ao sabor das “ondas” que se constroem na política e na mídia. 


Que amedrontam, retraem, paralisam. 


E erodem o poder de um governo eleito de sustentar-se ante o tsunami midiático-judicial que se desfechou contra ele. 




Tijolaço

Nenhum comentário:

Postar um comentário