Ações da estatal disparam 7% no pregão desta quarta-feira 1º, fazendo o Ibovespa subir 3%; mercado reage positivamente à declaração da presidente Dilma Rousseff em entrevista à Bloomberg de que a estatal irá divulgar seu balanço auditado de 2014 até o final de abril; alta do dia também é resultado da vitória no Congresso do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ao adiar ontem a votação do reindexador de dívidas de estados e municípios
1 DE ABRIL DE 2015 ÀS 14:36
Por Ricardo Bomfim
SÃO PAULO - Após a divulgação da pesquisa CNI/Ibope, o Ibovespa atingiu a máxima do dia, mas analistas veem impacto limitado desta questão política específica. Entre os principais drivers nesta quarta-feira (1) está o adiamento da votação do reindexador de dívidas de estados e municípios, uma vitória do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no Congresso. Do lado internacional, o PMI (Índice Gerente de Compras) da China veio mais fraco que o esperado, aumentando as apostas de que a segunda maior economia do mundo deve lançar estímulos para aumentar o crescimento.
Às 13h40 (horário de Brasília), o benchmark subia 2,79%, a 52.569 pontos, enquanto o dólar comercial caía 1,01%, a R$ 3,1585 na venda. Já no mercado de juros futuros, os contratos para janeiro de 2017 caíam 0,14 ponto percentual, a 13,25%, enquanto os contratos para janeiro 2021 caíam 0,18 ponto percentual, a 12,80%.
Segundo análise da Coinvalores, os números ontem, apesar de ruins mostram uma transparência, algo que muitos críticos apontavam que faltava no governo nos últimos anos, quando ficou famosa a famigerada "contabilidade criativa". Com isso, aumenta a confiança no ajuste fiscal, trazendo a expectativa de que a política monetária pode ser menos restritiva, o que reduz a curva dos juros.
Para o analista técnico da Guide Investimentos, Lauro Vilares, o queda da aprovação de Dilma de 40% para 12% não mexe muito no mercado, porque não estamos mais em época de eleições. "Impacta mais o Levy sendo o grande articulador político do governo, fazendo realmente o meio campo entre governo e Congresso", diz.
As declarações da presidente em uma entrevista para a Bloomberg também trouxeram pressão compradora, ao mostrarem que seu discurso está alinhado ao de Levy. "Eu farei tudo para atingir 1,2% [do PIB]," disse Dilma em entrevista à Bloomberg no Palácio do Planalto em Brasília. "Vamos ter de racionalizar gastos e defasar outros. Vamos criar vários mecanismos. Diria que essa é a parte em que o governo entra e o nosso pedaço vai ser grande".
Entre os indicadores macroeconômicos, o ritmo de contração da indústria brasileira acelerou com força em março e a produção do setor caiu no ritmo mais rápido desde setembro de 2011 devido à forte queda na entrada de novos pedidos, apontou o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgado nesta quarta-feira. O PMI compilado pelo Markit caiu a 46,2 em março ante 49,6 em fevereiro, com piora das condições em todos os três subsetores monitorados e indo ainda mais abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração.
Ações em destaque As ações da Vale (VALE3; VALE5) caíam depois que a empresa teve sua recomendação rebaixada de manutenção para underperform (desempenho abaixo da média) pelo Santander, com preço-alvo passando de US$ 8 para US$ 4,50 por ADR (American Depositary Receipts). Segundo os analistas, o desempenho operacional da Vale continuará sofrendo no curto prazo em meio à queda de preços do minério de ferro. A commodity registra queda hoje, sendo cotada a US$ 49,53 a tonelada. O banco espera fluxo de caixa negativo de US$ 10 bilhões após dividendos no período de 2015-2016.
As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) sobem com muita força após a presidente Dilma Rousseff declarar, em entrevista à Bloomberg, que a estatal vai divulgar balanço auditado de 2014 até final de abril. Outras notícias positivas para a empresa, na avaliação do analista da Spinelli, Elad Revi, são as vendas de ativos que a estatal vem realizando e a proximidade da próxima reunião da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que pode trazer sinalizações positivas para os preços do combustível como uma possível redução na produção.
A CSN (CSNA3) informou na noite de hoje que seu Conselho de Administração aprovou a abertura de um novo programa de recompra de até 32.770.055 ações para permanência em tesouraria e posterior alienação ou cancelamento. De acordo com a CSN, o objetivo da recompra é para maximizar a geração de valor para o acionista por meio de uma administração eficiente da estrutura de capital. O prazo para a realização da recompra é entre os dias 1º de abril e 30 de junho de 2015.
Brasil 247
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