POR FERNANDO BRITO · 26/05/2016
Espetacular a capa do Estadão de hoje.
O retrato quase artístico de um governo que vê o teto balançando sobre sua cabeça.
Precisa fazer o mal, mas não pode correr o risco.
Precisa dos comparsas, mas tem de vê-los subirem ao cadafalso, um a um.
Precisa do estrangeiro, mas está mal visto e fedorento lá fora.
Precisa da classe média, mas fez “caquinha” logo na entrada, achando que a opinião que se publica – “corta, corta, corta tudo” – é o mesmo que a opinião pública. Cortou o Ministério da Cultura e pode recriá-lo o quanto quiser que virou inimigo.
Precisa de respeitabilidade, mas como é possível se o energúmeno da Educação expõe o traseiro de sua medioridade posando para fotos com o pornô Alexandre Frota e o obsceno “revoltado online”?
Precisa ficar fora da Lava Jato, mas Jucá e o gravador secreto o levaram para o caldeirão.
“Temer virou um problema”, sentenciou o insuspeito Elio Gáspari, ontem, na sua coluna.
Então o ex-gigante “capaz de unir o Brasil” está revelando sua pequenez e, portanto, não pode ser medido.
Medir, ensinava o Malba Tahan, é comparar.
Precisa então matar sua prisioneira, para que não sejam comparados os dois.
Mas ela resiste a dar-lhe o pescoço.
Corra, Temer, corra.
Tijolaço
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