POR FERNANDO BRITO · 26/05/2016
Meu companheiro Marcelo Auler, com seus mais de 40 anos de jornalismo, reconhecimento profissional das maiores redações do Rio de Janeiro, premiações diversas, coloca no ar, em seu blog, duas histórias terríveis.
Uma, em que ele próprio é personagem. Outra, em que o personagem é outro ícone do jornalismo, Luís Nassif.
Ou melhor, não são personagens, são vítimas.
Estão sendo processados por diversos delegados da Lava Jato, que tentam transformar críticas a seu comportamento funcional em ações de dano moral.
Dano moral, não calúnia, injúria ou difamação, que permitiriam não só o rebate, como tratam-se de funcionários públicos, com o instituto da exceção da verdade, onde se prova aquilo que se diz, mas que garantem o foro processante em Curitiba, talvez pelo clima frio, gelado, congelante da Justiça daquele estado.
As penas pedidas, por se tratarem de ações cíveis, não são de privação de liberdade. São de morte, por somarem, no caso de Auler, mais de 60 mil reais, o que significa, para quem vive de um blog e de uma aposentadoria, verdadeira execução.
As decisões dos juízes, absurdas, pois além de mandarem censurar as reportagens publicadas, uma delas exige que não se publique mais nada sobre o delegado.
Censura prévia, flagrantemente ilegal, eticamente abominável.
A Constituição brasileira, informamos, vale também no Paraná.
No caso de Nassif, o delegado que o tenta processar, espantosamente, assume o viés político da própria Lava Jato, ao afirmar que as referências a ele derivam de “ser um Delegado da Operação Lava Jato, Operação que se mostrou algoz ao governo e ao Partido dos Trabalhadores, exatamente o partido que o Réu defende“.
Leia aqui os posts de Auler sobre os processos que lhe movem os delegados e sobre a ação que intentam contra Luís Nassif.
Não é preciso dizer que se esta sandice não refluir para o razoável, este e centenas de blogs vamos publicar o que se estiver censurando, porque não existe censura prévia.
Nem que faremos frente a este ataque à liberdade jornalística, sem a qual nossa profissão não faz sentido.
Tijolaço
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