"Golpista" e "devolve meu voto" foram apenas alguns dos gritos e cartazes que dominaram a audiência sobre "Escola sem Partido" na Comissão de Educação na manhã desta quinta-feira 1º; o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), que votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff nesta quarta-feira 31, precisou encerrar a sessão
1 DE SETEMBRO DE 2016
Brasília 247 – O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) não terá sossego depois de ter votado a favor do impeachment de Dilma Rousseff nesta quarta-feira 31.
Nesta manhã, ele precisou encerrar a audiência sobre "Escola sem Partido" na Comissão de Educação do Senado depois que o plenário foi dominado por manifestantes que gritavam "golpista" e "devolve meu voto".
Cartazes também pediam a saída de Michel Temer da presidência e protestavam contra o projeto Escola Sem Partido: "Não vai ter mordaça"; "Escola sem partido é ditadura militar, estudante na escola tem direito de pensar".
Assista ao vídeo do protesto e leia mais na Agência Brasil:
Favorável ao impeachment de Dilma, Cristovam Buarque é hostilizado no Senado
Karine Melo e Carolina Gonçalves - Um dia após o Senado aprovar o impeachment de Dilma Rousseff, a Casa amanheceu nesta quinta-feira (1º) com corredores praticamente vazios e quase nenhum senador. Nem de longe, o Senado lembrou a agitação dos últimos dias. A manhã só não foi tranquila para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).
Presidente da Comissão de Educação, única a manter a agenda de hoje, Cristovam teve de encerrar os trabalhos bem antes do previsto, depois de ter sido hostilizado por professores e alunos de escolas do Distrito Federal. Ex-petista e ex-ministro da Educação do governo Lula, ontem Cristovam foi um dos 61 senadores que votaram a favor do afastamento definitivo de Dilma Rousseff da Presidência da República.
"De repente, comecei a ouvir os gritos de golpista, golpista, golpista. Fiquei nove anos fora do Brasil para não conviver com golpistas. Não quero que ninguém conviva com golpistas. Como ali eles achavam que a mesa estava sendo comandada por um golpista, em homenagem a eles, que não têm coragem de se exilar, como eu fiz, preferi sair e suspender a sessão", explicou o senador.
Cristovam acrescentou que não se sentiu agredido, mas incomodado. "Tanto que saí passando pelo meio dos manifestantes e ninguém tocou um dedo em mim." Para não alimentar ainda mais o clima hostil, Cristovam convidou os manifestantes que estavam sentados no plenário da comissão a se posicionar atrás dele com os cartazes com inscrições "golpista".
De acordo com o senador, desse modo as câmeras da TV Senado poderiam registrar melhor o protesto.
"Golpistas, fascistas, não passarão!" Com essa frase e aos gritos de "Fora Temer!", o grupo deixou a sala da comissão conduzido até a saída do Senado pela Polícia Legislativa da Casa.
"Estávamos saindo e fizemos referência ao " Fora Temer" porque viemos falar de liberdade de expressão. Dentro da audiência teve ainda uma galera que começou a gritar "Tchau, querida!", disse a presidente da União dos Estudantes Secundaristas do Distrito Federal (Uesdf), Taís de Oliveira Soares.
Brasil 247
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