POR FERNANDO BRITO · 01/01/2017
Padrão da imprensa americana no Brasil são as Organizações Globo.
Transformaram-se, de um grupo editor local entre outros em virtual monopólio nacional de comunicação graças a acordos feitos com interesses americanos e, hoje, dependem deles para não ser rapidamente esmagadas por outros interesses americanos supervenientes – do Google ao Facebook, Netfix etc.
O Estadão entra por antigo vício cafeeiro e o que resta dos Diários Associados por letargia pré-comatosa.
A Folha de São Paulo é diferente. Joga no time, mas tenta esconder o jogo – daí essa coisa estranha de, de repente, sair com um editorial como esse: “o que dissemos não foi bem assim, pode ser que seja diferente, vai ver que deu errado…”.
Tirando a hipótese (remota) de ser uma recaída do espírito crítico original que o Otavinho implantou, com boa estratégia de marketing, no final da ditadura militar, pode representar uma antecipação da nova realidade que se se implantará em 2017: a recessão nas ruas, o desemprego das massas, a consciência da perda de direitos dos trabalhadores, o lento esclarecimento dos meios militares; os investimentos deslocados para os Estados Unidos atendendo à nova politica do Presidente Trump e o consequente desvio de atenções agora voltadas para a agenda brasileira.
Do ponto de vista dos coordenadores e principais gestores, o golpe já obteve os resultados basicamente esperados: levaram ao estagio de liquidação a Petrobrás e a engenharia brasileira, penetraram segredos industriais e militares e, cooptando o Judiciário, criaram uma crise institucional e de confiança que ninguém sabe como terminará.
Essa história de direitos dos trabalhadores, o bote armado sobre as verbas de educação e saúde, o interesse em terras produtivas etc. são interesses secundários, ainda que poderosos. Poderão ser descartados?
Estará a Folha se habilitando a ascender na era Trump e no pós-Globo?
Se for isso, é jogo arriscado.
Tijolaço
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