Em carta aberta ao senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), quatro economistas ligados ao PSDB, Edmar Bacha, Elena Landau, Gustavo Franco e Luiz Roberto Cunha, ameaçaram deixar o ninho tucano e pediram a refundação do partido; segundo eles, que contribuíram com o governo FHC, os tucanos hoje se mostram incapazes "de se dissociar de um governo manchado pela corrupção institucionalizada"; a opção preferencial do PSDB pela corrupção foi feita pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), que decidiu apostar tudo na aliança com Michel Temer por não ter mais nada a perder; ambos são os protagonistas das delações da JBS e se tornaram os políticos mais rejeitados do País – Aécio com 90% e Temer com 94%
3 DE AGOSTO DE 2017
247 – Em carta aberta ao senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), quatro economistas ligados ao PSDB, Edmar Bacha, Elena Landau, Gustavo Franco e Luiz Roberto Cunha, ameaçaram deixar o ninho tucano e pediram a refundação do partido.
Segundo eles, que contribuíram com o governo FHC, os tucanos hoje se mostram incapazes "de se dissociar de um governo manchado pela corrupção institucionalizada".
A opção preferencial do PSDB pela corrupção foi feita pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), que decidiu apostar tudo na aliança com Michel Temer por não ter mais nada a perder. A ambos são os protagonistas das delações da JBS e se tornaram os políticos mais rejeitados do País – Aécio com 90% e Temer com 94%.
Leia, abaixo, a carta aberta dos tucanos, publicada no blog da jornalista Lydia Medeiros:
Rio de Janeiro, 27 de julho de 2017
Senador Tasso Jereissati
Diretório Nacional do PSDB
Brasília, DF
Caro Senador,
Depois de longas conversas, entre desligarmo-nos do PSDB e escrever-lhe esta carta, decidimo-nos por este último curso de ação, autorizando-o desde já a compartilhar seu conteúdo com quem julgar de direito. A opção de nos desligar do PSDB pareceu-nos no momento precipitada tendo em vista sua sábia decisão de marcar uma convenção do partido para o próximo mês de agosto.
Continuamos a acreditar nos ideais que levaram à fundação do PSDB, que eram os de dissociar-se, em nome da ética, do PMDB controlado por Orestes Quercia; e construir um partido socialdemocrata comprometido com a justiça social, a ideia de uma economia de mercado governada pela livre iniciativa, a estabilidade da moeda, a responsabilidade fiscal e a integração do Brasil ao mundo desenvolvido. O PSDB estabeleceu sua identidade a partir dessas pautas econômicas nas quais os signatários empenharam seu trabalho e suas energias e com as quais o governo de Fernando Henrique Cardoso deixou inestimável contribuição para a prosperidade do país.
Não vemos no horizonte político brasileiro outro partido com igual força para se contrapor ao enorme risco que, mantido o atual governo, o país enfrentará nas eleições presidenciais de 2018. Trata-se da possibilidade da eleição de um radical populista, de esquerda ou de direita, que arruinaria com as perspectivas econômicas e talvez mesmo com a democracia no país.
Infelizmente, incapaz até agora de se dissociar de um governo manchado pela corrupção institucionalizada que herdou do PT, o PSDB tem optado por deixar vazio o centro político ético de que o país tanto precisa. Como afiliados com alguma responsabilidade pelas opções técnicas do partido, esperamos com esta carta poder influir para mudar essa orientação.
Fica nosso apelo para que, na convenção de agosto, sob sua liderança o PSDB – reafirmando seu apoio à equipe econômica e mantendo-se à frente das reformas no Legislativo - decida (i) renovar sua direção, (ii) entregar os ministérios que têm no governo, e (iii) refundar-se programática e eticamente.
O Brasil precisa ter de volta o PSDB de André Franco Montoro, José Richa e Mario Covas - conduzindo as reformas necessárias para o Brasil enfrentar os desafios do século XXI. Confiamos em você para liderar esse movimento.
Cordialmente,
Edmar Bacha, Elena Landau, Gustavo Franco e Luiz Roberto Cunha
Brasil 247
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