Ex-presidente Dilma Rousseff criticou o despejo de 450 famílias de agricultores do MST no Quilombo Campo Grande, em Minas. "Zema optou pela ação covarde contra pessoas inocentes, pacíficas e desarmadas", criticou a ex-presidente
14 de agosto de 2020
(Foto: Ricardo Stuckert | Reprodução)
247 - A ex-presidente Dilma Rousseff condenou a ordem de reintegração de posse executada pela Polícia Militar no acampamento Campo Grande, do MST, em Campo do Meio (MG).
Agricultores do local, que abriga 450 famílias, relatam que as forças policiais usaram bombas de gás lacrimogêneo e avançaram com o Choque contra as famílias, que estão há mais de 50 horas lutando contra a reintegração de posse da área.
Em uma sequência de tweets, a ex-presidente Dilma o uso desproporcional da força pela PM de "ato de guerra". "Famílias inteiras reprimidas, incluindo mulheres, idosos e crianças. Quase 500 famílias vivem no local há 22 anos. Fizeram dali uma área altamente produtiva de café em regime agroecológico", escreveu Dilma.
A ex-presidente também criticou o governador Romeu Zema, dizendo que ele "jogou sua polícia contra o povo", por não buscar uma solução pacífica e evitar o despejo de famílias em plena pandemia.
"A PM de Zema está expulsando acampados de áreas que não estão incluídos na ação de despejo, destruindo suas casas e suas lavouras. Todas as tentativas de diálogo dos acampados e de políticos com o governador têm sido recusadas. Zema optou pela ação covarde contra pessoas inocentes, pacíficas e desarmadas", afirmou Dilma, que disputou uma vaga no Senado por Minas nas eleições de 2018.
"A própria PM está filmando e exibindo a sua ação truculenta contra os moradores do Quilombo Campo Grande, em Minas. Isto significa, literalmente, um ato de guerra híbrida e ação fascista", disse a ex-presidente Dilma Rousseff pelo Twitter.
A Polícia Militar iniciou o despejo na madrugada do dia 12 e a ação chega ao terceiro dia nesta sexta-feira (14). "É muito desespero. É muita gente chorando, caindo pelo chão. Estão passando por cima. Muita gente machucada. Crianças sumiram", disse ao Brasil de Fato uma das acampadas que está no local.
As famílias que ocupam o terreno da falida Usina Ariadnópolis há 22 anos e são referência na produção agroecológica de café denunciam a negligência do governador Romeu Zema (Novo), que não ordenou a suspensão do despejo que acontece em meio à pandemia do novo coronavírus.
Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário