NOVA DELHI (AFP) – A presidente Dilma Rousseff desembarcou nesta terça-feira 27 em Nova Delhi para participar da quarta reunião de cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e para uma visita de Estado à maior democracia do mundo.
Acompanhada por seis ministros (Relações Exteriores, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Educação, Ciência e Tecnologia, Turismo e Comunicação), o secretário executivo da Fazenda e dois governadores, a presidente receberá o título de doutor honoris causa na quarta-feira 28 na Universidade de Nova Délhi.
Na quinta-feira 29, ela participará Quarta Cúpula do Brics, que acontecerá em um hotel da capital indiana, e na sexta-feira 30 fará uma visita de Estado que terá como principal momento um jantar de trabalho.
Bolsa de Valores e Banco próprios
Entre os principais temas da agenda dos líderes políticos dos cinco potências emergentes está o aumento da interação econômica entre os países do grupo e a criação de um banco de desenvolvimento próprio.
Em entrevista à CartaCapital, o professor Oliver Stuenkel, da FGV-SP, reforça que os estreitamentos econômicos entre os países dos blocos é a prioridade do encontro. “A interação econômica entre os países do grupo é muito pequena. A exceção da regra é a China, mas é preciso aproximar as sociedades civis, as empresas e as universidades desses países e um banco comum agiria nesse sentido”, afirma Stuenkel.
Segundo ele, proposta de um banco próprio não é mais incentivada apenas pela baixa representatividade em orgãos financeiros mundiais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM). Agora, a proposta age como um alinhamento de regras de investimento, ações globais em conjunto e aumento do comércio entre as potências emergentes.
“Espera-se que o banco dos Brics seja um primeiro passo que depois evolua para uma bolsa de valores que concentre as empresas destes países para criar um mercado só”, afirma. “É praticamente certo que depois da Cúpula de Nova Delhi, os créditos de empreendimentos indianos e brasileiros aconteçam em real ou em rupia indiana, não mais em dólar”, adianta Stuenkel.
Segundo uma fonte diplomática brasileira, é bastante provável que neste encontro seja criado um grupo de trabalho para elaborar a criação do banco de desenvolvimento para financiar projetos sustentáveis e de infraestrutura.
Mais uma vez a situação na Zona do Euro será abordada no evento das cinco potências emergentes, que tiveram o crescimento afetado pela crise da dívida na Europa, assim como a situação no Oriente Médio, em particular a Síria, e a eleição do presidente do Banco Mundial, entre outros temas.
Na agenda da reunião bilateral com a Índia, Dilma deve abordar a preferência do país asiático pelo caça francês Rafale, cuja aquisição o Brasil também cogita, e a ampliação do volume comercial entre os dois países.
*Com informações da Agência France Press
Carta Capital
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