Preocupadas com a perda de competitividade da indústria nacional, centrais sindicais (Central Única dos Trabalhadores, União Geral dos Trabalhadores, Força Sindical) e entidades patronais, entre as quais a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) fecharam um acordo para fazer dois atos políticos conjuntos nas próximas semanas.
Querem pressionar o governo a adotar ações que permitam ao setor retomar o fôlego, reconquistar o espaço perdido para produtos importados - na década de 1980, a indústria representava 27% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil; hoje, o setor beira os 15% - e se estruturar para enfrentar os novos desafios que se colocam num cenário internacional adverso.
O mar não está para peixe. Boa parte do excedente da produção de mercados tradicionais, hoje deprimidos, vem sendo reorientado para cá. Por outro lado, o excesso de liquidez global tem atraído grandes volumes de capital externo, o que contribui para valorizar a nossa moeda o que dificulta a competitividade do produto nacional frente o importado. Para piorar, há no país uma guerra de portos – alguns Estados têm baixado as alíquotas do ICMS sobre os produtos importados, prejudicando a indústria local, em Estados vizinhos.
A quatro mãos
A reação a tantas ameaças está em curso. O primeiro ato a ser promovido a quatro mãos – com trabalhadores e empresariado – em prol da indústria nacional está previsto para o dia 27 de março, com o lançamento de uma frente parlamentar no Congresso Nacional. Outra mobilização, em 4 de abril, tem a meta de reunir 100 mil pessoas em frente à Assembleia Legislativa de São Paulo.
A mobilização das entidades empresariais e sindicais dará legitimidade e apoio às iniciativas que o nosso governo vem tomando. E que ainda precisará tomar para enfrentar a guerra comercial e cambial instalada no comércio mundial. Também serão importantes ante a medidas internas exigidas para enfrentar a questão dos juros e das reformas, começando pela tributária.
Reformas urgentes
Com apoio social, a expectativa é que o Congresso aprove não apenas a reforma tributária, mas conclua o acordo dos royalties do petróleo, enfrente a questão da dívida interna dos Estados, para dar uma resposta, inclusive, à situação dos Estados.
Blog do Zé Dirceu
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