Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo deve anunciar na próxima terça-feira (3) medidas para aquecer a economia e ajudar a indústria diante da crise econômica internacional. A informação foi passada por parlamentares que participaram hoje (28) de um encontro de líderes da base aliada do governo na Câmara dos Deputados com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Uma das medidas aguardadas é a que trata da desoneração da folha de pagamento. Na semana passada, em reunião com a presidenta Dilma Rousseff e ministros, no Palácio do Planalto, cerca de 30 empresários receberam a garantia do governo de que continuará agindo no sentido de reduzir os juros e proteger o real ante a desvalorização do dólar. Na ocasião, Mantega também garantiu aos empresários que serão adotadas medidas para reduzir o custo financeiro e ampliar a desoneração da folha de pagamento.
O ministro também esteve reunido com empresário de diversos setores (têxtil, moveleiro, de autopeças, aeroespacial) para discutir medidas de desoneração durante o mês de março. Para conceder os benefícios, o governo quer, em contrapartida, que os empregos no setor sejam mantidos. Neste momento, Mantega recebe o representante do setor eletroeletrônico, Humberto Barbado, o do setor de pláticos, Rogério Mani, e José Martins, da indústria de carrocerias, caminhões e ônibus.
No caso da desoneração da folha, o acordo é que a alíquota do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) seja reduzida de 20% para zero, e o empresariado opte pelo recolhimento de algo como 1% no faturamento. Até agora, alguns setores aceitavam 1,5%.
Segundo o deputado Hugo Leal (PSC-RJ), vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, Mantega deve definir as medidas até o próximo final de semana. “O ministro da Fazenda disse que a ampliação da capacidade de endividamento ou de investimento da indústria é fundamental. Falou da desoneração da folha que pode ser ampliada”, disse.
O deputado Jovair Arantes, líder do PTB, lembrou que o Brasil não é uma ilha e faz parte de um mundo que enfrenta sérios problemas econômicos com reflexos no mercado nacional. “O Brasil é um mercado consumidor forte. Acaba enfrentando vários problemas porque outros países tentam burlar as regras e colocar produtos aqui [desvalorizados artificialmente] causando problemas”, destacou.
O parlamentar disse ainda que o encontro dos parlamentares com o Mantega abre um diálogo importante, que faltava entre parlamentares e o governo. “Talvez seja um ponto de partida de todo o problema que está aí na República: falta de diálogo, falta de entendimento e de conversa. O Parlamento por si só diz que tem que parlar. Tem que conversar. É necessário que estejamos em sintonia.”
De acordo com o parlamentar, os ministérios da Saúde, Fazenda e do Planejamento precisam manter sempre um diálogo com os parlamentares sobre as matérias que estão em votação para que sejam “reduzidos problemas futuros”.
Para a deputada Sandra Rosado, líder o PSB, não existe crise do Legislativo com a Presidência da República. Segundo ela, o que existe são divergências de posições em uma Casa que tem parlamentares de todos os partidos. “Por isso mesmo, há essa movimentação. É apenas movimentação política da Casa em relação a determinados temas. E isso é interessante.”
Agência Brasil
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