A oposição, agora, quer obter, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, assinaturas necessárias à instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista para investigar as denúncias de corrupção no sistema de saúde pública. O mote, claro, são as reportagens da TV Globo – no Fantástico e no Jornal Nacional – que flagram empresários em negociações para fraudar licitações de um hospital pediátrico no Rio de Janeiro.
Dias tenta há muito uma CPI na área. Protocolou um requerimento nesse sentido em abril passado, quando conseguiu as 27 assinaturas exigidas do Senado, mas não conseguiu as 171 necessárias na Câmara. O novo líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), contra argumenta. Para ele, não faz sentido uma CPI neste caso. Alega que já existem mecanismos mais adequados para investigar as denúncias de corrupção no sistema de saúde. Diz, ainda, que não é o momento de tornar mais tenso o ambiente no Senado.
TV Globo pauta a oposição
Ainda que justificada a comoção popular criada em torno das denúncias da reportagem – Álvaro Dias deveria estar pedindo uma CPI para o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) - seu aliado no denuncismo udenista a que se propõe.
Mais uma vez a Globo agenda a oposição e desvia a atenção do caso de Goiás, que ela simplesmente desconheceu. A operação atual é para deter duas CPIs: a da privataria (privatizações da era tucana) e a de Goiás. Já, como bem disse o líder do governo, como atuar em casos de fraude. Os instrumentos para coibir a corrupção em esferas do executivo estão aí: Controladoria Geral da União, Polícia Federal, Ministério Público Federal... Há, ainda, os órgãos de controle de cada unidade orçamentária.
As perguntas a serem feitas são: como a Universidade Federal do Rio de Janeiro não tem controle e fiscalização para evitar licitações viciadas e acordadas? Como não tem um controle interno? Quem são os funcionários responsáveis pelas licitações? Ou tudo não passa de uma farsa da TV Globo e de sua campanha contra a corrupção?
Combustível para a exploração política
Campanha esta, aliás, que se restringe apenas ao governo federal. A emissora não diz nada, nenhuma palavra, sobre os Estados governados pelo PSDB. Sequer, ainda, sobre personagens como Alexandre Accioly, ligado ao senador tucano Aécio Neves (leia o post com mais detalhes "Dirigente do SESC do Rio de Janeiro é alvo de denúncias"), sobre corrupção no Serviço Social do Comércio (SESC) no Estado do Rio de Janeiro.
Blog do Zé Dirceu
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