Responsáveis pelo funcionamento da maior rede pública de ensino na capital, e a maior de uma Prefeitura no país - composta por mais de mil escolas - os professores municipais de São Paulo suspenderam nesta 3ª feira (ontem), por tempo indeterminado, a greve de nove dias.
A pausa na paralisação vem acompanhada da cobrança ao prefeito Gilberto Kassab (ex-DEM-PSDB, agora PSD) da pauta de reivindicações do professorado apresentada já há quase três meses (em fevereiro). As reivindicações foram entregues pelo Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (SINPEEM). A categoria reivindica, por exemplo, a antecipação da aplicação dos índices de reajustes previstos para 2013 (10,19%) e 2014 (13,43%).
Dentre as reivindicações, uma das mais polêmicas mas, também, um dos pontos mais cobrados pelos professores ao prefeito é a questão das férias nos Centros de Educação Infantil (CEI) municipais.
Alunos do sistema infantil não tem férias para ficar com família
“Não se trata só das férias dos professores, ameaçadas na Justiça, mas, também do direito da criança a ter a convivência com a família. Isso passa pelo conceito de infância, de como a criança deve vivê-la. A gente defende que a escola seja um espaço de educação e não um depósito onde as crianças ficam de janeiro a janeiro”, explica o professor municipal Paulo Spina, militante do PSOL e blogueiro. Em seu blog ele ressalta que a decisão por manter ou não a greve, tomada ontem, coincidiu com o encerramento do prazo máximo pela lei federal para conceder aumentos antes das eleições.
A suspensão temporária da greve foi aprovada em assembleia da categoria após negociações com o governo municipal que concordou com alguns itens da pauta, mas condicionou eventual atendimento ao fim da paralisão. Por seu lado, a Prefeitura da capital assumiu o compromisso de continuar as negociações em relação aos outros itens reivindicados.
A pauta de reivindicações do professorado municipal é ampla e, segundo Spina, alinha propostas que buscam melhorias em todo o sistema de educação. Tratam desde a questão da violência escolar até o pedido de mais estrutura física para crianças com necessidades especiais. Há, também, a sugestão de redução do número de alunos por sala de aula e a demanda por autonomia pedagógica das escolas na elaboração e execução de seus projetos.
Blog do Zé Dirceu
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