Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O governo do Brasil reagiu às críticas dos Estados Unidos
que condenaram o que julgam ser o protecionismo brasileiro. Em protesto
à afirmação, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota,
enviou ontem (20) carta ao embaixador Ron Kirk, representante para o
Comércio dos Estados Unidos. No texto, o chanceler diz que os
norte-americanos são os principais responsáveis pelas barreiras
impostas, por exemplo, aos produtos agrícolas brasileiros.
“O Brasil tem sido obrigado a enfrentar a valorização artificial de
sua moeda e uma enxurrada de mercadorias importadas a preços baixos. Os
Estados Unidos têm sido um dos principais beneficiários desta situação”,
reage o chanceler. “Preocupa-nos a perspectiva de continuação de
subsídios ilegais concedidos à produção agrícola pelos Estados Unidos.”
O ministro destacou que esses benefícios concedidos à produção
agrícola pelos Estados Unidos causam impactos negativos nas economias
dos países em desenvolvimento. “[Eles] impactam o Brasil e outros países
em desenvolvimento, inclusive alguns dos mais pobres da África”, diz o
texto.
Patriota diz ainda, na carta, que todos os mecanismos adotados pelo
Brasil têm o respaldo da Organização Mundial do Comércio (OMC) e que o
governo não abrirá mão dos instrumentos que julga legítimos. “O governo
brasileiro não abdicará de seu direito de fazer uso de todos os
instrumentos legítimos permitidos pela OMC”, informa o texto.
Em relação a eventuais efeitos negativos nas negociações na chamada
Rodada Doha, como insinuaram as autoridades norte-americanas, Patriota
negou impactos. “Discordo totalmente de Vossa Excelência quanto aos
efeitos que as medidas adotadas pelo Brasil poderiam ter sobre o
resultado da Rodada Doha”, disse.
De 2007 a 2011, a venda de produtos norte-americanos para o Brasil
dobrou, segundo dados oficiais. Em quatro anos, as exportações dos
Estados Unidos para o mercado brasileiro saltaram de US$ 18,7 bilhões
para US$ 34 bilhões. O Brasil passou de 16º para 8º maior mercado de
produtos norte-americanos.
Agência Brasil
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