2 de agosto de 2015 | 12:19 Autor: Miguel do Rosário
Trecho de coluna de Merval de hoje nos faz lembrar o terrível filme de Ingmar Bergan, O Ovo da Serpente, sobre os primeiros sinais de nazismo na sociedade alemã.
PROVOCAÇÃO
Por mais que os petistas e seus apaniguados nas redes sociais queiram transformar em grave ato terrorista a bomba caseira que atingiu a sede do Instituto Lula em São Paulo, é preciso ter cautela para caracterizá-lo dessa maneira. O filme da explosão, feito por uma câmera de segurança, é impactante. Mas quando se vê o resultado do “atentado”, a sensação é de que o teor explosivo do artefato era mínimo.
O buraquinho na porta de metal da garagem do prédio é tão ridículo que, se não soubéssemos que foi provocado por uma bomba, poderíamos achar que um motorista desastrado causou a mossa ao realizar uma manobra de marcha à ré.
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Como é que é?
“Petistas e seus apaniguados nas redes sociais”?
“Buraquinho”?
O PT foi o partido mais votado nas últimas quatro eleições presidenciais. A presidenta da República, do PT, ganhou o último pleito com 54 milhões de votos.
O PT é o partido com mais deputados na Câmara Federal, o segundo com mais senadores. Ainda é o partido preferido do povo brasileiro, nas pesquisas por preferência partidária, apesar da campanha devastadora na imprensa contra ele.
O tratamento abertamente hostil do colunista político não apenas à direção do PT, mas à sua militância, ao chamar os simpatizantes do partido de “apaniguados”, um termo cujo significado contemporâneo é extremamente negativo, mostra que a origem do atentado ao instituto Lula está mesmo na mídia.
Tentar minimizar um atentado terrorista, dizendo que o estrago causado foi um “buraquinho”, demonstra uma irresponsabilidade imperdoável para um representante da grande imprensa.
Sobretudo para um profissional de uma empresa que bebe sua força de uma concessão pública.
Uma concessão obtida na ditadura, após a mesma empresa ter sido um dos principais articuladores do golpe que levou os militares ao poder.
Uma concessão pública que recebeu muito dinheiro do império americano para ser, entre nós, uma garra do Tio Sam encravada bem no meio do nosso sistema nacional de comunicação.
O tiro na cabeça de Kennedy também foi apenas um “buraquinho” a despedaçar-lhe o cérebro, Merval?
O tiro que matou Abraham Lincoln também foi somente um buraquinho, Merval?
Em 28 de junho de 1914, um jovem bósnio assassinou o príncipe Francisco Fernando, herdeiro do império austro-húngaro, com tiros de pistola.
A bala que atingiu a jugular do príncipe foi apenas um “buraquinho”, mas também o estopim de duas guerras mundiais que matariam centenas de milhões de seres humanos e destruiria trilhões e trilhões de dólares de infra-estrutura, moldando o mundo como é hoje, com todas as suas injustiças.
O termo buraquinho me pareceria melhor empregado para descrever a substância cerebral de alguns colunistas…
Tijolaço
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