QUI, 06/07/2017 - 17:51
ATUALIZADO EM 06/07/2017 - 17:52
Jornal GGN - O ex-ministro Geddel Vieira Lima admitiu, em audiência de custódia com o juiz federal Vallisney Oliveira, nesta quinta (6), que conversou por telefone com a esposa de Lúcio Funaro por mais de 10 vezes no último ano, mas negou que a conversa tenha envolvido "chantagem" ou "pressão". Geddel foi preso sob a acusação de obstrução de Justiça.
Funaro, que está negociando delação premiada com a Lava Jato, entregou uma "amostra grátis" aos procuradores, que culminou na prisão de Geddel: ele alegou que o ex-ministro pressionava sua esposa, a empresária Raquel Albejante Pitta, para evitar delações.
À Lava Jato, Joesley Batista, da JBS, afirmou que fazia pagamentos a Funaro quando ele já estava na prisão a pedido de Geddel. Depois, quando não pôde mais manter contato com o ex-ministro, Joesley recorreu a Michel Temer para saber quem seria o novo interlocutor. Foi quando o presidente indicou Rodrigo Rocha Loures como pessoa de sua confiança.
Durante a audiência de hoje, a defesa de Geddel tentou obter uma medida alternativa à prisão, alegando que mesmo que seja verdade que ele tentou obstruir a Lava Jato, a prisão domiciliar com tornozeleira e outras ações cautelares seriam suficientes para permitir que a investigação fosse concluída.
Atendendo à manifestação do Ministério Público Federal, depois de mais de 1 hora de discussão, Vallisney negou o pedido de Geddel. Foi quando o ex-ministro chorou demonstrando desespero diante da possibilidade de ficar preso por tempo indeterminado.
O juiz sugeriu demandar da Polícia Federal uma perícia nos aparelhos usados por Geddel e a esposa de Funaro para conversação, além de interrogá-la para saber se ela confirma a denúncia de chantagem. Para mitigar as críticas da defesa, ele determinou que as diligências sejam cumpridas pela PF em até 3 dias.
A defesa protestou, apontando que a Lava Jato deveria ter feito o interrogatório de Raquel isso antes de pedir para prender Geddel. Agora, com a investigação sendo divulgada na mídia e a delação de Funaro em jogo, é "obvio" que a esposa vai confirmar a fala de Funaro, disse um dos advogados de Geddel.
Além disso, a PF, que demorou mais de 20 dias para periciar a gravação de Joesley com Temer, não vai conseguir periciar aparelhos telefônicos em 3 dias, acrescentou a defesa.
Abaixo, o vídeo da custória, vazado à imprensa poucas horas depois.
Jornal GGN
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