Por Virginia Toledo
Prestes a deixar o Partido Verde e ainda sem a formalização de uma nova sigla, a ex-senadora Marina Silva (AC) e terceira colocada na eleição presidencial de 2010 volta a movimentar sua vida e seu futuro político. Durante esta semana, Marina reuniu-se com partidários simpatizantes de seu grupo e os autorizou a buscar abrigos temporários para que disputem as eleições municipais de 2012.
Marina estaria articulando a formação de um novo partido em 2013 para poder novamente concorrer à Presidência no ano seguinte. A medida deve dividir o grupo da ex-senadora por partidos da base de apoio e da oposição ao governo até que a nova sigla seja fundada.
Na terça-feira 28, Marina esteve em São Paulo com integrantes do Movimento Marina Silva – apoiadores de sua campanha no ano passado. Na reunião, ela prometeu respeitar os acordos que forem fechados em cada estado. A tendência é que os “marineiros” se dispersem em várias legendas, sem distinção ideológica. Em São Paulo, já houve convite do PPS, que faz oposição ao governo federal. Em Pernambuco, o grupo é ligado ao PSB, que integra a coalizão de Dilma.
A previsão é que Marina comunique sua saída do PV na próxima quinta-feira 7 e, após isso, fique sem filiação partidária. Outros verdes também estão com a saída programada junto a Marina, entre eles João Paulo Capobianco, ex-secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, e Guilherme Leal, candidato a vice na chapa à Presidência. Figura há mais tempo no partido, Fabio Feldmann anunciou a desfiliação e não quer migrar para outra sigla. O deputado Alfredo Sirkis (RJ), que também manifestou insatisfação, não definiu um caminho.
Preço pela filiação
Segundo informação do jornal Folha de S.Paulo, o economista José Eli da Veiga divulgou, na quarta-feira 29, carta aberta a Marina Silva afirmando que ela foi “forçada a pagar caro pedágio” pela obrigação legal de estar filiada a um partido para que pudesse concorrer à Presidência no ano passado. Veiga fez parte da equipe da ex-presidenciável como um dos articuladores da campanha.
O economista afirma que é hora de assumir que partidos políticos estão obsoletos e que deixaram de fazer sentido “com a democracia eletrônica”.
* Matéria originalmente publicada na Rede Brasil Atual
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