Do G1
Governo brasileiro não é o único que faz exigências, diz presidente da Vale
Lá fora ninguém chama de 'interferência política', disse Murilo Ferreira. Ele lembrou que a empresa teve de assumir compromissos no Canadá.
Darlan Alvarenga
O presidente da Vale, Murilo Ferreira, afirmou nesta segunda-feira (27) que não considera que exista interferência política do governo na empresa. Segundo ele, a Vale teve de assumir compromissos junto aos governos do Canadá e Indonésia após aquisição de empresas locais.
“Não é só no Brasil. Até porque o Brasil não tem exigido tanto”, disse, em São Paulo, durante participação no seminário Infraestrutura, urgências e estratégias, promovido pela revista Brasileiros. Segundo ele, nem sempre há uma compreensão sobre aquilo que o governo brasileiro solicita à empresas.
“O que o governo brasileiro solicita muitas vezes aqui no país é considerado ingerência política”, disse. “Lá fora é a mesma coisa. No Canadá e na Indonésia são pedidas coisas que não são diferentes do que é pedido no Brasil. E lá ninguém fala: ‘O governo está colocando o dedo dentro da empresa’”.
Ferreira destacou, porém, que nenhum pedido foi feito à Vale desde que assumiu o comando da empresa. “Só tive uma reunião com a presidenta. Discutimos investimentos já programados. Nada de adicional”.
Ele contou que após a aquisição da Inco, no Canadá, em 2006, a Vale foi obrigada a manter a base de seu negócio global de níquel no país bem como o número de funcionários e os contratos de trabalho por um prazo de três anos. Na Indonésia, ele disse que foi exigido o desenvolvimento de duas novas reservas minerais e uma maior pulverização das ações.
O presidente da companhia destacou, entretanto, que, independentemente das exigências, as fusões e aquisições de empresas no exterior representam uma importante ferramenta dentro da estratégia de internacionalização da empresa e permitiram a elevação do valor de mercado da empresa de U$ 61 bilhões para US$ 195 bilhões.
Blog do Luis Nassif
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